quarta-feira, 11 de maio de 2011

Resposta do Banco do Brasil

Postando do E-mail, hehe

No último sábado, me revoltei com o processo arcaico de compensação de cheques, efetuado pelo Banco do Brasil.
Um depósito feito na sexta-feira ao meio dia somente foi-me compensado na terça-feira subseqüente, gerando transtornos, multas e juros.

Ao perguntar porque desta prática pré-histórica em dias de internet e informação minuto-a-minuto, recebi, prontamente, pelo SAC do Banco do Brasil (que não possui poderes para resolver nada) que "o padrão é 1 dia útil para compensação".

Como visto no último post, já critiquei o mundo pela situação absurda. Acho que o mundo está indo para o Inferno. Não diretamente, pois o caminho tortuoso é que é o divertido... Mas estamos rumando para o Inferno. E a causa unica é a quebra das instituições. Sem família, escola, trabalho, religião, comunidade, lideranças e heróis, não temos mais referenciais. E, sem os referenciais, não podemos mais comparar as ações do dia-a-dia, a fim de procurarmos o melhor em tudo.

Não há mais modelos a seguir.

Há pais que são - muitas vezes - mais infantis e inconseqüentes do que seus filhos.
As escolas já são terra-de-ninguém há muito tempo.
As empresas estão dominadas pelo que eu chamo de "Neo-Capitalismo", instituindo uma "escravidão-newAge", que consegue convencer as pessoas que é bom perder a vida na labuta em troca de migalhas.
As religiões já deixaram - a muito - de serem algo realmente sério e compensador na vida das pessoas. Hoje, são instituições financeiras beneficiadas por isenções de impostos - mesmo em Estados ditos laicos.
Vivemos trancados em casa, com medo da comunidade, em vez de termos nos nossos vizinhos amigos para toda hora.
Nossas lideranças instituem o medo na massa, para que continuemos sendo vacas pastando: Geralmente as cercas são mais fracas do que nossa força, mas acreditamos que é melhor estar confinado do que viver livre...
E nossos heróis... hehe... os que morriam de overdose já não eram exemplos a serem seguidos... imagina os de hoje! Ser virtuoso é motivo de bulling!

Digo isso porque o dia útil (que acreditava eu que, a contar a partir de sexta ao meio-dia, o dia útil acaba segunda ao meio dia...) bancário é um dia inteiro útil... Pois o maldito cheque foi compensado somente na terça-feira...

Qual foi a minha surpresa em receber a ligação do Banco do Brasil para responder à minha reclamação de sábado!
Sequer imaginava que alguém responderia, dada a desolação que já sentia... Mas não é que a dona Cristina me ligou?

Bem, antes de mais nada, eu sou cliente. Pago (caro) para guardar o meu dinheiro. Não satisfeitos com o meu pagamento, ainda trabalham com o meu dinheiro, emprestando-o e investindo-o, cometendo o crime de usura e o de constrangimento (ao bloquear uma transação de crédito ou débito indevidamente, ao incluir um CPF em um cadastro de maus pagadores ou até ao ser barrado indevidamente pelo sensor de metais de qualquer agência)  com freqüência e sob respaldo das nossas leis corruptas.
Não bastasse isso, ainda choram quando algum banco ou caixa eletrônico são assaltados...

Bem, na "resposta" à minha indignação, a dona Cristina desferiu golpe de misericórdia: a "central de relacionamento" fez questão de me incomodar no trabalho para deixar claro que eu estava errado, que ela estava certa e não havia nada que eu pudesse fazer quanto a isso (resumindo a história).

Trocando em miúdos, voltou a repetir que o dia útil é determinação do banco central (como se nenhum banco pudesse facilitar a vida...), que o tempo é necessário para checar se a conta do emissário da ordem de pagamento (cheque) possui fundos e conferir a assinatura do cheque.
Ok, além de tudo o mais, a dona Cristina ainda me chama de burro, querendo me fazer acreditar que há uma equipe de pessoas que verifica - cheque a cheque - se a conta possui fundos e a assinatura está de acordo com a cadastrada. Não contente, ainda me chama de retardado mental por querer me fazer acreditar que essa equipe consegue fazer isso em um dia útil com todos os cheques depositados, em cada agência.

Trabalho com TI e, sem pensar muito, já vislumbro umas 50 formas diferentes de desenvolver programas que, simplesmente passando o número do cheque no sistema, todas as verificações necessárias são feitas em segundos e o dinheiro estaria na conta do favorecido praticamente instantaneamente. Isso, é claro, que não conheço detalhadamente todos os produtos que já existem prontos, hoje, no mercado, para atender a este tipo de demanda...

Bem, ao explanar isso para a dona Cristina, ela baixou o nível. Aí mesmo mostrou a melhor das características de todos os brasileiros: a "braço-cruzisse" (que só eu sou recriminado por admitir que quero e gosto de praticar). Jogou toda a culpa para o banco central, indicando que o "coitado" do Banco do Brasil nada poderia fazer contra essa norma e a prática do dia útil para compensação de cheques era determinada a todos os bancos... Disse-me que a questão era política e que o Banco do Brasil nada poderia fazer porque a minha reclamação era isolada... Até parece que ninguém mais no mundo ficaria puto da cara com esse tipo de coisa, ou que ninguém pudesse fazer algo quanto a isso...

A dona Cristina defendeu o seu o que pode, até que eu me liguei que estava perdendo meu tempo ali: não estava recebendo um atendimento para resolver o problema... estava recebendo goela abaixo a determinação do modo de trabalho deles.

Simplesmente não sei mais o que fazer com essa merda de mundo. Sim, estendo ao mundo porque esse tipo de coisa é inerente ao ser humano e só não se manifesta em pessoas que não se deixam acomodar e corromper.

No final, ainda perdi tempo do meu serviço para atender à esta falta de bom-senso. Mais uma vez questiono a vantagem de ter um celular e poder ser encontrado a qualquer momento.

if(bobagensDaHumanidadeDeHoje > bobagensDaHumanidadeDeOntem){
       féNaHumanindade = féNaHumanidade - (bobagensDaHumanidadeDeHoje - bobagensDaHumanidadeDeOntem);
}

Att.
Arthur Tavares

"Quando a necessidade e a perfeição são inimigas, há algo errado."

Nenhum comentário:

Postar um comentário