quarta-feira, 8 de junho de 2011

É possível.

Hoje demanhã, provei que é possivel, mais uma vez.



Cena (que será ilustrada tão logo chegue em casa para postar a foto do celular):
A uma quadra e meia do meu trabalho há uma série de empresas, cada qual com estacionamento para os seus clientes.
Em uma dessas empresas, um cliente chega com o carro e, a uns 2 ou 3 metros de mim, pára, bruscamente, ocupando cerca de 2/3 da calçada.
Começo a contornar o carro, quando o motorista sai do carro.
Com tom brando, porém de alerta, falei para o motorista:

" - Calçada aqui (indicando com a mão o limite da calçada), tio!"

Então, o "tio" (caraca, to com quase 30 e ainda chamo os outros de "tio" Oo) veio para cima de mim!
Frases como "vai te embora!" ou "quem tu pensa que tu é?" e, ainda, "quer levar porrada? te dou um soco!" foram os resmungos proferidos por quase meia quadra, com o tiozinho chegando a me peitar!

Quero dizer que, na hora, um milhão de coisas aconteceram comigo.
Adrenalina, meu coração disparou. A visão periférica sumiu e a vontade de deitar o tiozinho apareceu.
Porém, mesmo com a química de um caçador de mamutes troglodita, consegui, sim, pensar.

Pensei nos problemas que tinha que resolver no trabalho, nas estatísticas de brigas e mortes no trânsito (em especial no muleke que morreu com um tiro na cabeça no final de semana) e até que o cara realmente merecia levar umas bifas para aprender a não ser tão desgraçado assim.

No fim, resumi a virar as costas e deixar o pobre diabo com sua circunstância.
Tirei uma foto, na esperança de fazer a reclamação valer a pena, algum dia.

Cerca de meia hora depois do incidente, a adrenalina me fez pensar desde "Ah um tijolo para jogar no carro" e "tiozinho mal-comido" até "porque será que as pessoas são tão ignorantes?".

Mas, quando a adrenalina passou, o que restou mesmo foi a sensação de que fiz o certo. Falei pro cara que ele fez errado e ele sabe disso. Trocar tapas seria tão útil para a educação de trânsito dele quanto não fazê-lo. Sem falar que eu, na seqüencia do meu dia, ficaria comprometido com o que poderia ter ocorrido.

Agora, sempre falo na ignorância e falta de educação aqui, mas é mais triste quando esse tipo de coisa toca a gente.

Restam os questionamentos:
1 - Onde está a polícia, fiscais de trânsito e agentes em geral?
2 - Porque todo brasileiro se acha dono da rua para fazer as coisas erradas, mas mostra descaso quando é para fazer as coisas certas?
3 - O cara fez uma coisa errada e quer ganhar no grito? É esse o tipo de educação que se dá para pessoas que andam de Audi por aí?

Postado do E-mail....

Att.
Arthur Tavares

"Quando a necessidade e a perfeição são inimigas, há algo errado."


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Passadas 12 horas do incidente, resta dizer algumas coisas:

1 - Em Novo Hamburgo, cuidado com os carros ao andar na calçada: você pode ser atropelado!
2 - Eu vou morar em outro pais. Com certeza.
3 - Ainda não concordo, mas passo a entender as pessoas que defendem o porte de arma. O Brasil não possui polícia ou fiscais suficientes para manter a ordem, moral, bons costumes e segurança.

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