sábado, 31 de dezembro de 2011

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Retrospectiva 2011.

2011 foi um ano jubilado para a humanidade, se você tem mais que dois neurônios habitando seu cérebro.

A ciência ganhou demais em 2011. Quase todas as áreas.

Visualizamos, pela primeira vez, um elétron, em uma "foto" de uma molécula.
Já possuíamos outros Colisores de Hádrons, mas colocamos para funcionar a maior ferramenta que o ser humano já conseguiu construir. E, em pouquíssimos tempo de uso, ela abriu tantas perguntas e nos deu tantas respostas, que os maiores intelectos humanos, auxiliados pelos melhores super-computadores, demorarão anos para decifrar, na totalidade, todos os dados obtidos só com a primeira experiência. Mas não foi tudo.

Depois de várias experiências, conseguimos restringir o bóson de higgs a um espectro específico. Estamos restringindo o lugar onde podemos encontrá-lo. Essa partícula é o que, teoricamente, atribui à todas as outras partículas as características da matéria. Massa, peso, dificuldade para se tornar onda, facilmente. Quando conseguirmos manipulá-la, assim como manipulamos, já, elétrons, nêutrons, prótons e outras partículas, imaginem o que poderá ser feito! Criar e desintegrar matéria! Uma máquina como à dos Jetsons, onde apertamos um botão e, em segundos, um prato delicioso é criado "do nada", lá dentro, acabaria com a fome mundial! Lixo? Um desintegrador de resíduos transformaria todo material que demora séculos para se decompor em partículas sub-atômicas, instantaneamente!

(Veja a partir dos 30 segundos!)

Descobrimos primatas jamais vistos, em florestas da Indonésia! E o homem, no ápice do egocentrismo, acha que está destruindo o mundo...

Descobrimos milhares de mundos novos. Alguns que devem ser muito parecidos com a Terra. Falta, mesmo, é conseguirmos nos acelerar em segurança, para que as viagens exploratórias até estes novos mundos sejam viáveis. É a necessidade de melhorar o nosso hardware, para que acompanhe o que o software do sonho humano, permitindo que o utilizemos em sua totalidade.

 Mais uma vez, porém, o mundo foi assolado por um terremoto grande. Seguido de um Tsunami. Sabiam que o pior em tsunami em uma cidade, não é a velocidade ou temperatura da água? O problema é que a água derruba postes. E, como a água invade rapidamente e conduz a eletricidade, muitas pessoas morrem eletrocutadas. Mas enfim. O Tsunami não poderia, ao meu ver, ter atingido um lugar melhor, no mundo. Sei, a frase é triste. Mas, já que ocorreu, que bom que foi no Japão. Entendam: O mundo está em crise econômica (já entro nesse assunto), acontece um terremoto que, por si só, já é destruidor. Na sequencia, uma onda gigante invade dezenas de cidades costeiras, terminando de arrasar tudo. Um dos lugares arrasados é uma usina nuclear de enorme capacidade. E, mesmo assim, mostrando o que é "ser gente", os japoneses, com toda determinação e educação que só eles têm, dão a volta por cima. Sem chorôrô. Sem comoção internacional. A ordem reina entre os desabrigado, desamparados, descamisados, esfomeados e sem-rumo. DINHEIRO ENCONTRADO NA RUA É DEVOLVIDO NOS BANCOS! A Usina Nuclear? Danos mínimos, devidamente contidos e até com a possibilidade de concerto para voltar a funcionar plenamente. Entendam: Devastações proporcionais ocorram na Indonésia, Haiti e Chile, na última década. Alguns dos locais afetados ainda sequer conseguiram limpar tudo! Quanto mais reconstruir todos os casebres! Nem chegamos à infra-estrutura. E o Japão já conseguiu arrumar e limpar quase tudo...

Aí, entra uma coisa que, em 2011, ficou claro demais para mim: Estamos ficando cada vez mais agressivos. Parece que algo despertou o pior nas pessoas, na última década. Talvez tenha sido o anonimato da Internet. A sensação de impunidade da web talvez tenha irrompido os dispositivos e chego, finalmente, ao dia-a-dia. Troll's andam à luz do dia, cada qual tentando hackear o seu lugar, sempre às custas alheias. Isso gerou várias coisas, esse ano. Talvez, para mim, a mais traumática tenha sido o idiota que quase me atropelou na calçada. Mesmo assim, reagi com bom humor. Mesmo assim, ele queria brigar comigo. O mundo inteiro anda assim. Meio nervoso, meio receoso. Todos queremos ser reconhecidos, amados, nos cercarmos de amigos. Mas ninguém quer contato e intimidade com ninguém. Complicado.

Talvez o ápice negativo disso tudo seja a crise econômica mundial. Algumas pessoas subsidiaram políticos para que uma brecha fosse aberta. Com um mecanismo totalmente safado legalizado, fizeram dinheiro que não existia, irresponsavelmente. Para essa meia dúzia de pessoas enriquecerem, bilhões foram afetadas. É o colapso do capitalismo: "Quando o último grande peixe engolir o último peixe média, sobrará somente um único grande peixe com o estômago distendido..." Agora, o mundo está se apoiando nas economias emergentes, ingênuas e infantis. Assim como os pais atacam a poupança feita para o colégio dos filhos, quando as coisas não vão bem.

Isso me faz lembrar de uma passagem que ocorreu no Twitter, nesse ano. Postei só o trecho de música "I don't care, if you don't". Tinha um significado. Pensei que NINGUÉM fosse compartilhar ele, comigo. Quase uma mensagem codificada, que esperava que NINGUÉM decifrasse. Eu ia ficar ali, desapontado com o mundo que não me entende e feliz por constatar que a minha perspicácia, talvez, fosse maior que a de todos...
Mas o Robson notou. Perguntou para mim se o trecho fazia menção à música do GreenDay, "Jesus of Suburbia", ou à música do The Cure "Let's Go to Bed". Bem. Fazia menção às duas.

Sei lá, A música do GreenDay é de hoje. Uma música pesada. Fala sobre a degeneração total da sociedade. Justamente dessa distância que estamos tomando uns dos outros. "I don't care if you don't" é quase como um grito de "to pouco fodendo para qualquer coisa que acontecer com o mundo, se você não estiver, também." Descaso puro, destilado com ignorância.
Já a música do The Cure é um pacto. Uma promessa. Envolvimento total. Ambos fizeram uma coisa, juntos. E  "I don't care if you don't" significa mais um "se você concordar comigo, eu concordo contigo".
Para arrematar, a frase em si já mostrava o meu próprio sentimento. Se ninguém notasse, eu não estaria nem aí. E acho que é esse comprometimento com o mundo que está faltando. 2011 fez eu parar de sentir até vindo dos EUA esse sentimento de que "essa Terra é minha, e eu tenho o dever de defender e cuidar dela direito". E não tem "Ocuppy Wall Street" que me faça desfazer esse sentimento. Esses manifestantes não querem concertar nada. Só querem que o poder seja transferido, não distribuído.

Talvez o haja um ponto positivo, pelo menos. A primavera árabe foi uma boa notícia. Atrasada uns 500 anos mas, mesmo assim, uma boa notícia. O mundinho Muçulmano é foda. Dominados por um fundamentalismo estúpido, que insiste em confundir o Estado com a Religião. Ditadores são a representação de seu Deus na Terra e fazem chover em seus países ricos à base da exploração de qualquer bem natural que possa ter algum valor. de metais e pedras ao petróleo, do turismo à tecnologia de ponta. Mulheres sendo humilhadas, pessoas sendo julgadas através de um código no mínimo duvidável e com punições que violam qualquer um dos direitos humanos estabelecidos pela ONU.
Mesmo nesse mar de lama, um vendedor informal conseguiu plantar uma revolta. Depois de ter suas frutas apreendidas por um fiscal que seguia leis idiotas, o vendedor se imolou em no meio da rua. Morreu, alguns dias depois. Mas esse gesto de súplica por liberdade mudou a maneira de muitas pessoas pensarem. Em 2011 inteiro várias ditaduras Árabes caíram. E muitas outra vão cair. Falta, é claro, que o esclarecimento volte a este povo e eles consigam dissociar política de religião. É um passo grande. Mas, quando for dado, passarei a ter algum respeito por eles, pois eles conseguiram contribuir de verdade para com o mundo.

Falando em contribuição, profissionalmente e pessoalmente, 2011 foi espetacular, para mim. Eu que pensava que 2010 havia sido bom e que eu já estava no emprego ideal, fui para um melhor! Onde posso realmente fazer a diferença. Onde estou me esforçando todos os dias para que eu possa me sobressair profissionalmente, despontar mesmo!

No plano pessoal, aluguei meu primeiro apartamento. É simples, pequeno, Estou nele há três meses, mas ele já está sendo montado. Até internet já tenho! Com mais um tempinho, ele vai ficar 100%. É a vida se arrumando, finalmente, para mim.

Se arrumando que nem Novo Hamburgo e o RS. Lembra que eu havia dito que é bom votar no mesmo partido para todos os cargos? Então. Mesmo tendo copa em POA, Nóia teve muito mais investimentos federais do que a capital gaúcha! É o que acontece quando as pessoas são inteligentes, diferente da população de uma certa cidadezinha do sul de SC.

No esporte, o Campeonato Brasileiro virou piada. O favorecimento a certas equipes com a manipulação feita pelos juízes é pública e notória. Quando vamos ter arbitragens como as dos esportes Norte-Americanos, que revisão na hora o lance e decidem pelo justo, não pelo que falaram pela primeira vez. E não me venham com "ah! mas vai parar o jogo demais!". Regras podem ser instituídas para que não se pare o jogo por qualquer lateral e, até o início dos anos 90, o GOLEIRO ia buscar a ÚNICA bola que servia ao jogo, onde quer que ela fosse, quando ia para fora... Sim, é por isso que, ainda hoje, jogadores levam cartão por chutar a bola pra longe... mesmo tendo um milhão de bolas em volta do campo para repor rapidamente. Essas regras furadas precisam ser revistas, para que as máfias acabem logo. E bobo é quem aposta em futebol. Os resultados são manipulados para que "Ricardos Teixeiras" da vida apostem e ganhem dinheiro dos bobos que pensam que é tudo decidido na capacidade, habilidade e sorte.
Pelo menos meu time parece que engrenou. Um título internacional por ano desde 2006. Mesmo que seja só a Recopa. Contas sendo postas em dia, nenhum grande jogador sendo vendido por necessidade de fazer caixa, possibilidades de grandes contratações sem precisar adiantar receitas de TV, como TODOS os outros grandes clubes têm feito. O Inter só vai melhorar!

O nosso Pais continua um trem que parece desgovernado, mas sabe bem para onde vai: para o caminho dos desvios de dinheiro do fundamental para os bolsos dos corruptos. Eles mantém o povo na ignorância, no BBB, na novela, no massacre de alunos por um lunático, engarrafados no dia-a-dia de estradas feitas para uma população de 1960, mas com uma frota de 2020, enquanto ficam livres para tentarem criar mais Estados só para aumentarem o número de cargos e onerar mais ainda a população com impostos irreais. E ainda pagamos mais de juros de dívidas do que, propriamente, investindo no futuro.

2011 também foi um ano frio. E isso foi bom. Para 2012, mais frio, pode ser?
Além disso, uma Mega da Virada cairia bem.

 Um baita 2012 para todos!

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Resident Evil Fest!

A Capcom revelou hoje que realizará no início de 2012 um evento especial para comemorar o 15º aniversário de Resident Evil, que é, atualmente, uma de suas maiores franquias.

A comemoração, batizada de Resident Evil Premium Party, será realizada em 20 de janeiro em algum lugar do distrito de Shibuya. Ele trará versões jogáveis de Resident Evil: Revelations e contará com aparições de desenvolvedores da série e outros convidados. Segundo a empresa, os convidados levarão para casa brindes raros e especiais.

Apesar de o evento ser direcionado para a imprensa e parceiros da Capcom, ela revelou que convidará alguns membros do fã-clube oficial de Resident Evil. No total, serão 96 fãs convidados - uma referência ao fato de que a franquia teve sua estreia em 1996.


Não foi nem uma, nem duas noites que eu passei em claro, virando Resident Evil ou Resident Evil II.
Com certeza, dois títulos que estão entre os 10 melhores jogos de todos os tempos!

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Imortalidade


Uma das coisas que mais me intrigam é, sem sombra de dúvidas, a linha de vida dos conceitos que temos estabelecidos, hoje.
Todo o ciclo de vida de uma idéia que perdura é algo que me causa fascinação, e busco tentar dissecá-lo sempre.
Depois de algum tempo pensando, creio que consegui resumir toda a vida de um conceito em quatro etapas de um processo cíclico: SONHO, REALIZAÇÃO, DISSEMINAÇÃO E MANUTENÇÃO.
O SONHO é a primeira etapa. Nesse momento, o indivíduo concebe algo novo. Algo que jamais fora pensado, anteriormente. Creio que seja o momento mais importante de todos porque, sem a idéia inicial, todo o conceito jamais existiria. Seja uma simples combinação não tentada, ainda, de idéias já existentes, seja somente olhar para uma idéia com outros olhos ou criar algo a partir do zero, esse momento define pelo que se lutará daqui a diante.
A REALIZAÇÃO é o segundo passo. Nós, seres humanos, tendemos a acreditar apenas em coisas que possuem comprovação. (Tá, eu sei, a religião não se aplica aqui.) Não basta largar uma idéia no ar e pensar que ela irá conquistar adeptos e perdurar, sozinha. É preciso que haja algo tangível e concreto para que o sonho tenha sustentação para ser defendido. Esse é o momento em que a loja abre, o primeiro objeto da invenção fica pronto, a primeira prática funciona.
A DISSEMINAÇÃO é o terceiro passo. Ótimos sonhos se tornaram realidade. Mas, sem a disseminação, ficaram estancados nas redondezas de seu local de origem. Ou seja, pouco importa se a idéia é boa e já está funcionando: o mundo precisa saber dela, para que ela se torne famosa!
A MANUTENÇÃO é o quarto passo. No nosso mundo globalizado, milhares de sonhos realizados explodem em fama todos os dias. Mas, para que haja a real imortalidade, um sonho realizado e famoso precisa da manutenção adequada. Assim, criam-se conceitos seculares, milenares!
Enganam-se quem pensa que a imortalidade é encontrada na religião. Jesus Cristo, Maomé, Buda, entre tantos outros profetas, não são imortais por serem filhos ou amigos chegados de algum Deus. Eles são imortais porque, mesmo depois de sua morte, seus argumentos continuam vencendo argumentos alheios, convencendo as pessoas e criando gerações e mais gerações de seguidores. A frase “crescei-vos e multiplicai-vos”, basicamente, é uma ordem para que as pessoas que “compraram” a idéia do Cristo ficassem mais numerosas do que as que não acreditavam, tornando-se a maioria. E a maioria (que nem sempre está certa) sempre vence!
Já dizia o ditado que “as idéias não morrem, quem morre é que defende as idéias”. Enquanto acharmos uma boa idéia beber Coca-Cola, essa idéia irá perdurar. A empresa continuará a fazer mais e mais propagandas para nos convencer disso, muito embora o criador da bebida já deva até ter falecido!
              Enfim, para que um ser humano alcance a imortalidade, basta que deixe um legado tão eterno quanto suas pretensões. Tutan Camon – um pirralho de cerca de 20 anos – é conhecido até hoje por causa de sua pirâmide. Sonho, Realização, Disseminação e Manutenção.
                Thomas Edison, com sua determinação implacável sendo recompensada com o primor da lâmpada, é outro que coloca à prova a teoria. Sonhava, era determinado em efetuar o sonho, disseminava e mantinha. Não por acaso tem um enorme número de patentes sob seu nome, que ajudou a raça humana a evoluir muito, tecnologicamente.
                Evidentemente que há os acasos. Mas eles são imprevisíveis. Não podemos atribuir métodos ao que acontece determinado pela sorte.
              Portanto, amigos, se querem alcançar a imortalidade, criem algo diferente. Façam algo único, notável. Sim, todos podemos. Todos temos o potencial para dissecarmos algo do nosso interesse, nos tornarmos notáveis em nossa área e, no final das contas, criar algo totalmente novo que nos transforme em referencias, durante o tempo.
              A pergunta é: se entregar à roda-viva fácil, de trabalho sem nexo e consumismo, ou encarar o trabalho árduo, de fazer a diferença?

Ser bom é mais do que Ser bom.


Hoje, Eu recebi um texto que, a princípio, fora escrito por um médico. Em sua dissertação, este médico compara seu ofício com o do seu cabeleireiro. Nos mínimos detalhes, inclusive. Em seu texto, compara desde a “clientela”, despesas, obrigações, qualificações e aprimoramentos até o impreterível desfecho do salário.
Em um primeiro momento, fiquei compadecido com a causa do médico. Sim, ora bolas, onde já se viu um médico e um cabeleireiro receberem o mesmo pelo atendimento - que são executados mais ou menos no mesmo tempo. Porque, com certa razão, o médico passa muito mais tempo estudando. E estuda uma matéria muito mais difícil. E a atuação do médico é – geralmente – decisiva, nas nossas vidas. Seus “clientes” literalmente morrem, caso o médico não esteja plenamente preparado para o atendimento.
Texto perfeito, então?
Bem, estava eu voltando para casa depois do dia de trabalho quando, na rua, vi uma mulher comentando – de forma efusiva – como era um ABSURDO (com gestos e tudo o mais) que um cabeleireiro ganhasse mais que um médico.
Pronto, sinal vermelho triplo aceso. Passei a pensar no assunto.
Primeiro, passei a criticar os argumentos do texto. Uma consulta não custa tão pouco quanto o indicado. E cabeleireiro femininos até podem cobrar tão ou mais caro do que o que o texto indica. Mas cabeleireiros masculinos são muito mais baratos.
Mas o que me deixou mais intrigado foi o que o texto não falou.
A responsabilidade das profissões, principalmente. Se um cabeleireiro chega a ganhar mais que um médico, só posso imaginar que a degeneração da sociedade – do ter sobre o ser – chegou a um ponto absurdo. Mas, pensando seriamente, é justamente o contrário.
Até entendo que operar a medicina seja estressante. Uma vida no limite. Cada decisão de um médico é sucedida de vida ou morte. Muitas vezes com maiores chances de morte que de vida. E, nós, seres humanos, simplesmente abominamos a idéia de entes queridos morrendo. Um médico não tem espaço para o erro e, quando erra, perde tudo o que conquistou. Esse fio da navalha faz dos médicos a figura carrancuda que o filme Patch Adams tanto satiriza. E confesso que acho justo. Com a morte batendo à porta todos os segundos do dia, não há como um ser humano manter o bom humor, alto astral, jogar conversas fora e, enfim, aproximar-se do paciente.
Muito pelo contrário, em nosso mundo cada vez mais sistemático e frio, são raras as oportunidades que temos de encontrar alguém que converse conosco. Alguém que, nem que seja por interesse direto e claro, nos dê ouvidos, retribua com bons argumentos, conselhos e idéias e, no final, fique realmente íntimo.
Quer queira, quer não, o encontro mensal que temos com nossos cabeleireiros é, realmente, um encontro marcado com um amigo. E não há forma de ilustrar isso melhor do que os salões de beleza, onde dezenas de mulheres vão fazer processos que não precisam, só para colocarem as fofocas em dia, socializar, encontrar amigas, repor as forças.
Sim. Estou falando que, de certa forma, somos fiéis aos nossos cabeleireiros mais porque precisamos conversar com pessoas que consideramos próximas, do que, propriamente, para cortar o cabelo.
Enquanto aos médicos? Sinceramente, eu sou uma pessoa que espero não precisar ver médico algum, profissionalmente, nunca. O único médico que, de uma forma ou de outra, gostaria de ver de vez em quando, é um amigo de RPG que está em sua fase de residência.
Bem, mas diriam os mais indignados que, friamente, continua sendo um absurdo os cabeleireiros ganharem mais por hora do que os médicos. O problema monetário, aqui, são os extras.
Você vai ao cabeleireiro. Espera lendo um jornal, uma revista, jogando uma conversa distraída fora com o próprio e os demais que esperam. Se tiver sorte, até assiste a algum bom programa de rádio ou televisão. Quem sabe até um wi-fi dando sopa! Chega a sua vez, lava o cabelo, toalha quentinha, corte para agradar a auto-imagem, seca o cabelo, talco ou colônia, penteia e coloca gelzinho para arrematar o bom serviço. Satisfação garantida, até R$20,00 bem gastos.
Você vai, agora, ao médico. Secretária sempre chata. Até pode ser gostosa, embora geralmente não seja, mas sempre chata. Atende-te como se fosse gado. Você paga meses de plano de saúde porque não confia no INSS (que tu paga também), e a secretária te olha torto quando queres usar o plano. O ambiente pode até chegar a ser bonito, mas sempre é frio, estéril. Se você tem sorte, fica sozinho com as revistas, em um silêncio sepulcral que precede a consulta. Se tiver azar, há alguém com algum problema que vem “chorar” no seu ombro. O médico sempre atrasa. E isso sempre é chato. Afinal, já está angustiado, aquele não é um bom lugar e, para complicar, ele atrasa! Enfim, o médico te atende. Ele já viu tanta merda no dia, que já não agüenta mais. Mas te atende. Faz perguntas, exames rasos, finge que te ouve e, no final, pede milhares de exames. Em qualquer outra profissão, se tu não resolveu o problema, tu não recebe. Mas os médicos? Querem cobrar só para escutar qual é o teu problema. Bem, pagaste a primeira consulta e, agora, vais pagar pelos exames. Quando recebe o resultado dos exames, já passou um mês. Tem gente que morre, antes. Aí, tu volta para o médico para, enfim, ele começar a descobrir o que fazer para resolver o teu problema. A secretária escrota quer te cobrar, novamente. Porra! O paciente nem sabe que doença tem, já pagou uma grana do cão com a primeira consulta + exames e... tem que pagar para servir de Office-boy, entregando os exames ao médico? Tá... Paga... O médico vê os exames e diz que tu tem que tomar uma penca de remédios. E que tu tem que voltar no próximo mês.
Compras os remédios que, sozinhos, custam o dobro do que já gastou até agora.
Um mês e, não raro, há a volta, para o acompanhamento que, evidentemente, é cobrada, novamente.
Todo esse roteiro ainda é feito com você sofrendo com dores ou, na melhor das hipóteses, apenas angustiado com a moléstia que lhe acomete.
Resultado? R$20,00 para dar um tapa no visual, botar a conversa em dia e, na nossa sociedade fútil, recriar sua identidade, de um lado. Do outro, gasto de mais de R$1.000,00 para ter um problema de vida e morte nem sempre resolvido.
Creio que o que falta é uma abordagem diferente, mesmo. Os médicos, antigamente, visitavam a casa dos seus pacientes. Iam, nem que fosse para uma conversa, uma xícara de café. Consultavam a família inteira, verificavam a saúde de todos e, com esse vínculo, eram plenamente reconhecidos, como exigem, agora, nossos médicos “linha de montagem/fast food”.

E isso faz pensar nas outras funções e até na minha própria. O quanto negligenciamos o "bom dia" e partimos direto para os "finalmentes" das metas absurdas que nos impõem.

Gatos. TudiBão II


lol!

domingo, 11 de dezembro de 2011

Minha Atual Realidade.


A diferença é que eu não tenho PC.
E que o PC dela é, na verdade, meu.
E que, no final das contas, ela ainda acha justo ficar com ele.

Depois, ainda queria ir pra minha casa pagar de "está tudo bem, não entendo porque tu tá emburrado"...

O único consolo é saber que, não tivessem me ROUBADO, não teriam NADA.
Porque, simplesmente, não são humildes o suficiente para dizerem que não sabem se administrar e, por causa disso, nunca têm dinheiro para investir em patrimônio algum.
Aliás, já tiveram dinheiro, sim. Quando venderam a casa para gastar todo o dinheiro só em BOBAGENS!

A diferença? Eu sei que consigo me erguer do nada. Eles, sabem que, sozinhos, só vão afundar cada vez mais.