segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Tecnologia nos Gramados!

Já contei aqui para vocês, né?

Não? Hummm... Acho que já contei sim. Mas minha memória não serve para nada e eu posso estar sob o efeito da última dose do Vat69.


Enfim, eu sou Colorado. Torço para o Internacional de Porto Alegre. Mas já gostei mais de futebol. Aliás, o futebol está para mim assim como a religião. Houve um tempo em que eu acreditava. Depois, descobri as falcatruas que acontecem no meio. Vem a decepção com o meio. Depois, descobri que existem mais coisas além. E essas coisas além são bem melhores.

No caso da religião, tornei-me um ateu.

No caso do futebol, descobri o Futebol Americano.

Mas vamos divagar devagar. Vamos começar com o tempo em que eu acreditava no futebol.
Acho que todos nós temos esse tempo, sabe? Em que tu olha o esporte só com a visão de um menino. Achando que o jogo é justo, limpo. Que cada jogador gosta do clube onde está jogando. Que cada um na equipe faz o seu máximo, para sair com a vitória.
Aquele tempo em que nós ficamos felizes com as vitórias e choramos com as derrotas.

Como somos tolos.
Mesmo porque, chega o tempo que te mostram que o futebol tem falcatruas.
Primeiro, em muitos países (e até no Brasil) apostam em partidas de futebol. E, convenhamos, a banca não pode depender da sorte. A banca sempre ganha. SEMPRE. Então, compraram juízes. Depois, compraram jogadores. Hoje? Hoje já compram dirigentes e toda a estrutura, mesmo. As cartas são marcadas e todos são meros atores nesse filme.

Juízes apitam de acordo com o que os patrocinadores querem.

Jogadores fazem corpo-mole, fingem lesões ou, simplesmente, erram grotescamente na cara do gol.
Dirigentes contratam de acordo com o indicado, para montarem times que chegarão em determinada posição.

Tudo isso regado a dinheiro. Muito dinheiro.

É claro que tudo isso decepciona.

Mas até que um belo dia, assisti a uma partida de Futebol Americano. E, conforme fui entendendo o jogo, passei a notar todo o esquema de segurança que eles promovem, para que o campeonato fique o mais justo o possível.

Primeiramente, todos os times devem, necessariamente, ser empresas. Franquias. Estruturas comerciais, sujeitas às regras empresariais Norte Americanas. Pagam impostos, têm deveres empregatícios, etc...

Não existem divisões. Existe a NFL e a liga universitária. A cada ano existe o chamado "Draft". Os times da NFL podem escolher jogadores da liga universitária, para jogarem em seus times. Só que tem regra até nisso. O time de pior campanha no último ano é o primeiro a escolher um jogador. E assim vai, até o campeão do Super Bowl, que é sempre o último a escolher.


E, talvez o que eu mais goste no Futebol Americano: são utilizados recursos eletrônicos para auxiliar a arbitragem.

Vamos deixar claro que existe O arbitro do jogo. E ele é auxiliado por vários outros árbitros, como os nossos bandeirinhas, quarto árbitro e árbitros de linha de fundo. Só que, além deles, os árbitros ainda possuem auxílio de outros que estão assistindo o jogo pela TV. Assim, conseguem manter o jogo completamente justo.

No último sábado eu estava acompanhando o papelão jogo entre o meu Internacional e o Palmeiras. No segundo tempo, escanteio para o Palmeiras cobrado e Barcos dá uma cortada melhor que as do Giba. Gol de empate do Palmeiras.
O bandeirinha correu para o centro do gramado e o árbitro do jogo apontou o círculo central. Validaram o gol. Claro que o time do Inter - inteiro - foi para cima do juiz, indignados por ele não ter viso a jogada de vôlei que resultou em gol no futebol.

Então, o inacreditável aconteceu. De alguma forma, alguém do lado de fora do campo (alguns dizem que foi o quarto árbitro, outros dizem que foi o delegado da partida) entrou em contato com o juiz e esclareceu: foi um gol irregular.

Claro que houve mais briga, dessa vez por parte do Palmeiras.

Link:


Só que o interessante, aqui, foi o tempo perdido. Sem a devida estrutura e cultura para utilização do recurso televisivo, a "consulta" demorou cinco minutos. Um único lance precisou do recurso da TV. E ele tomou cinco minutos do jogo. Claro que, destes cinco minutos, podemos descontar pelo menos quatro minutos só de reclamações. Depois, desconte aí uns trinta ou quarenta segundos do tempo necessário para o árbitro ser chamado, ir até o quarto árbitro e, então, ouvir o que realmente aconteceu.

Se o futebol tivesse um único juiz, sentado ali na beirada do campo, vendo o jogo pela TV, ele poderia avisar o árbitro principal do detalhe do lance, pelo próprio ponto que o árbitro principal já usa. Demoraria 10 ou 20 segundos para cada lance completamente polêmico. E isso, com certeza, removeria um dos grandes problemas do futebol: juízes ladrões.

Tem gente que alega que a terceira divisão do campeonato acreano não conseguirá pagar pelo recurso eletrônico. Por favor amigo, vamos parar com a hipocrisia? Campeonatos menores mal pagam os seus árbitros. Se chegam a ter três árbitros pagos... Nenhum recurso que já existe nos principais campeonatos são utilizados em torneios menores, como o ponto eletrônico. Evidentemente que o árbitro eletrônico estará presente só nas partidas de campeonatos nacionais, padrão CBF. Quem sabe nos principais Estaduais... 

Só assim para, quem sabe, a estrutura inteira começar a se aproximar daquele ideal infantil, bonito e de confraternização de heróis, abraçados no esporte.

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