sexta-feira, 31 de maio de 2013

#PSDBNuncaMais ou "Quem pode mais, chora menos..."

Faz algum tempo que eu não sou uma boa pessoa para conversar. Vocês me aparecem com "tenham vontade para realizar seus sonhos" e outras frases de filosofia barata, e eu já respondo colocando o dedo na ferida e indicando o que deve ser feito para solucionar cada porcaria de problema que existe nesse mundo.

Acontece que, por gostar demais do atomismo, eu reduzo cada problema à sua origem. Assim, com um só esforço focado, conseguimos resolver um conjunto muito grande de problemas.

Moramos no Brasil. Terra "abençoada por Deus"(sic) e maltratada por este povo ordinário que a habita.

Nosso país é um dos mais belos do mundo. Coloque, aqui, um povo como o da Suíça, do Canadá, da Austrália ou similares, e não existirá conglomerado de superpotências que conseguiriam chegar aos nossos pés. Temos tudo: recursos naturais, áreas férteis imensas, capacidade de turismo, área continental, um dos maiores litorais do mundo, que corta muitas latitudes... O lugar onde o Brasil se encontra era muito rico, ainda é perfeito e será ideal por muitos séculos, ainda. Sem terremotos, tsunamis, furacões e outras intempéries extremas da natureza. Tá, existem alagamentos, cheias, deslisamentos e alguma seca. 
Mas um problema de nosso território anula o outro, caso a boa vontade e o planejamento sejam empregados. Faz mais de mil anos que os Romanos já nos mostraram como criar aquedutos. Pelo menos dois séculos que os geólogos já sabem identificar áreas de risco de deslisamentos e vazantes de rios. Com o trabalho correto, podemos transferir o excesso de chuvas do norte, sul e sudeste para a caatinga nordestina. Realizado o projeto "o sertão vira mar", literalmente.

O problema do Brasil, como já diz a piada, é o brasileiro.

Você. Seus amigos. Seus conhecidos. Seus inimigos. Seus vizinhos. Seus professores, seus familiares, seus irmãos, seu pai e sua mãe.
Sim, todos vocês. E eu também.

Cada um - dos quase duzentos milhões de desgraçados que moram nas terra brasileiras - é o problema do Brasil.

E o que você e eu fazemos de tão errado, assim?

Primeiro: Nós somos preguiçosos.
Sim. Não vem dizer que não. Não precisa mentir, não tem ninguém vendo o seu pensamento, agora. Somos, todos, uma cambada de encostados. Cada um de nós tem o sonho de ganhar na mega-sena e nunca mais precisar trabalhar em nada. Não importa onde você nasceu, sua religião, cor, sexo, orientação sexual, idade, ou o escambau: você tem um plano para "se ganhar na mega-sena". Mesmo que você nunca jogue, já sabes o que fazer com o dinheiro "se ganhar na mega-sena".

Segundo: Não estudamos.
Nós, brasileiros, somos tão preguiçosos, que, desde cedo, não gostamos de passar trabalho em nada. A escola é o primeiro lugar em que nossa preguiça fica evidente. Gentinha de merda essa que não se esforça para entender conceitos básicos. Preferimos colar do que estudar! E só colamos o suficiente para tirar média sete e passar de ano! Nem para colar direito, para tirar dez!
Lembro do pensamento do Bart, sobre estudar: "É como colar, mas as respostas estão na minha cabeça!"
Estudar faria com que soubéssemos mais sobre os fatos da vida. E nos pouparia de absurdos que falamos e fazemos todos os dias.
Como por exemplo, pessoas que querem "salvar a natureza" a todo custo, mas comem transgênicos, arroz ou iogurte grego... Mal sabem elas que, ao comprar essas produtos, estão incentivando práticas que deterioram muito mais o meio-ambiente do que se elas não "separarem o lixinho"...

Terceiro: Todos queremos ser "Expertos".
Bixos tristes - você e eu - queremos "nos dar bem" em tudo! Consequência direta da preguiça e da falta de estudos, inerentes ao ser brasileiro, nós sempre preferimos o caminho do "jeitinho brasileiro" do que o caminho correto. E isso está tão impregnado no nosso DNA e é tão urgente para nosso instinto que, muitas vezes, o "caminho certo" é mais curto e fácil que o "jeitinho brasileiro" e, mesmo assim, escolhemos a malandragem do que o trabalho correto.
Puta gentinha de merda.
Essa "experteza" toda gera a incompetência brasileira. Incompetência histórica, que tange praticamente tudo o que o brasileiro já se meteu a fazer.
Pense por um segundo: temos uma das maiores frotas de carros do mundo! Todo o transporte brasileiro é planejado (sic) para o modelo rodoviário. E o mais próximo que chegamos de criar uma fábrica de carros nacional foi o... GURGEL!
"Porra, almires!", tem russo que faz carro na garagem, artesanalmente, melhor que o Gurgel...

Só não fazemos coisas melhores porque existem pessoas que "ganham com isso". Consequência direta da incompetência gerada pela "experteza brasileira", nós sacrificamos (constantemente) o bem maior nacional caso nosso bolso não esvazie. Caso o bolso fique um pouco mais cheio, então, nós fodemos o bem maior sem pensar uma vez sequer!

Quarto: Nós só militamos em causa própria.
Pára de se fazer de desentendido. Você mesmo. Você não mexe um fio de cabelo se "o problema não é comigo". Muitas vezes vemos os abusos acontecendo mas, como "não é comigo", damos de ombros.

Quem é "experto" e só quer "se dar bem" em tudo não tem tempo (ou inteligência) para notar as consequências na sua vida, geradas pelos problemas que afligem is demais.

Dois exemplos que se retro-alimentam (e que geram um terceiro problema):

A classe média não quer pagar tantos impostos. Principalmente se for para programas de eliminação da extrema-pobreza. Mas não notam que, se houver menos pessoas na extrema-pobreza, haverá menos violência e, portanto, mais segurança. Faz sentido compartilhar um pouco, para manter o pacto social.
A classe baixa, por sua vez, quer "subir na vida" sem esforço (somos preguiçosos, lembra?). E, quando ganham benefícios, acham que é direito-adquirido (lembram das consequências dos rumores do fim do bolsa-família, no nordeste?). E continuam com a sua cultura antiga. Inclusive os que estavam fora da lei. O que toca novamente na classe média e faz com que reclamem, novamente.
E isso gera um "problema-escondido-bônus": os mais pobres (maioria) são colocados no "curral eleitoral do bolsa-família". Nunca deixam de votar no partido que está dando dinheiro diretamente para eles (PT)! Lembra que somos "expertos"? 

Insisto, não é só o político que "mete a mão". O miserável vai se aproveitar do que puder. O pobre vai espernear pelo que consegue tirar do governo. A classe média irá sonegar impostos e tentar ganhar bolsas, também (minha avó pensa assim!). Os ricos, naturalmente, "meterão a mão" e se lavarão nos montantes astronômicos que movimentam...

Esses são os nossos problemas. E, como somos incapacidade de entendermos o que é a heurística de disponibilidade, acabamos nos tornando reféns da mídia.

"Arthur, o que diabos é heurística de disponibilidade"?

Ah! Que eu descobri o seu pensamento!!!

"Heurística" é a palavra que significa "um método que simplifica um pensamento abstrato e de difícil entendimento".
"Heurística de Disponibilidade" é o processo de julgar a frequência de dados segundo a facilidade com que similaridades vêm à mente, dada à limitada capacidade de manter concentração/atenção e empreender considerável esforço mental ao mesmo tempo.

Basicamente, é a forma como criamos estatísticas na nossa mente, a partir de eventos. Como nenhum ser humano é uma calculadora estatística perfeita, nosso cérebro tem um processo para quantificar e calcular as ocorrências e, assim, criar o foco do nosso pensamento.
Exemplo? Incêndio em Santa Maria.
UM incêndio, em UMA cidade. No MUNDO INTEIRO, fazia mais de DEZ ANOS que uma casa noturna não pegava fogo. Mas, por causa da superexposição deste evento na mídia, TODOS os lugares fechados passaram por inspeções.
Estatisticamente, a reação foi exagerada. Investimos os limitados recursos em algo que, se deixasse como está, provavelmente não se repetiria tão cedo.

Mas, né? A heurística de disponibilidade salta aos olhos. O fator humano é agredido e o público é guiado a tomar decisões emocionais.

Só que isso é só um exemplo. Não notamos, mas a heurística da disponibilidade força a sexualidade precoce, a violência, a malandragem, a vulgarização, etc... através de novelas, noticiários, filmes, etc...
E, quando a cultura é influenciada (todos estão fazendo, faço também), a cultura retro-alimenta a mídia, aumentando a disponibilidade de eventos que reforçam os comportamentos de preguiça, falta de estudo, "experteza" e militância em causa própria...

Quer um exemplo? Esse:

http://noticias.r7.com/brasil/opositores-do-psdb-usam-o-twitter-para-pedir-que-o-partido-nao-volte-ao-poder-nunca-mais-31052013

Vamos ver se eu entendi:
1 - NENHUM político é santo.
Mas... Mesmo assim, o PSDB passou a incomodar o PT. O que fez o PT? "Expertamente" acionou seus militantes (quase todos devem estar em cargos públicos comissionados, claro) que, para não perderem a sua "mamata", passaram a promover uma campanha contra o PSDB...

Então, a massa de twitts foi tão grande, que levantaram uma hashtag. E isso "virou notícia".
E o pior: agora, com a disponibilidade, as pessoas passarão a repetir isso. E muitas brasileiros - preguiçosos, reféns da heurística de disponibilidade - substituirão sua própria análise, argumentação e conclusões, pelas frases-feitas disponíveis na mídia.
Tudo uma jogada bem arquitetada para manterem-se na "mamata" do poder... Jogada suja. Em vez de se preocuparem com as responsabilidades de seus cargos adquiridos, já estão em campanha para as próximas eleições!

Um amigo meu sempre disse: "Brasil não tem políticos, tem candidatos em exercício ou campanha..."

Levando em consideração que os políticos saem do povo, esse é o problema do nosso país. O povo e sua incapacidade de fazer as coisas do modo correto. De trabalharmos direito, colocarmos o bem maior acima dos interesses pessoais (mas sem ser comunista, ok?), de respeitarmos as leis, nos portarmos corretamente em todas as circunstâncias...

terça-feira, 28 de maio de 2013

Plate Armour + Battle Horse = 2000 Car!

Outro dia eu vi um destes micro-carros (o da Mercedez) andando pelo centro de Novo Hamburgo. A piadinha do "veste e sai andando" veio imediatamente à minha mente.

E, nesse momento, o pensamento divergente fez a teia de ligações entre vários assuntos. Sinapses se formaram entre neurônios que eu jamais imaginei que conseguiriam se inter-relacionar. Obrigado química cerebral diferente de todas as outras pessoas que eu conheço, neste mundo.

Lembrei, eu dos tempos medievais. Das eras mais obscuras da humanidade. Onde as pessoas saíam de casa com espadas em suas cinturas, vestidas com armaduras de malha, couro, aros de metal ou, até mesmo, placas de ferro.
Os mais abastados cobriam totalmente seus cavalos com placas e mais placas de metal. Então se sentiam seguros para sair às ruas.

Reserve essa imagem nefasta.

Hoje em dia, é inegável que temos medo de andar nas ruas das cidades grandes.
Sair a pé - em qualquer hora do dia - já pode se configurar em ser vítima de furtos, sequestros, arrastões ou assaltos à mão armada, mesmo. Correndo grande risco de ser morto por um mísero par de tênis ou menos.
Isso sem falar em toda sorte de "acidente" que pode acontecer. Empilham-se casos de atropelamentos. Tanto fora como dentro de faixas de pedestre, com o sinal aberto ou fechado... até mesmo sobre calçadas...
Aliás, se for ver bem, até mesmo motos e bicicletas - improváveis veículos causadores de atropelamentos - hoje em dia são perigosos. Ciclistas nunca sabem onde devem pedalar. Mesmo quando eles têm ciclovias, insistem em andar sobre calçadas, na estrada em meio aos carros, na contramão, etc... Não basta "olhar para os dois lados", hoje em dia. Deves olhar para TODOS os lados! Inclusive no espaço entre as pistas de rolagem. Lugar onde NINGUÉM deveria trafegar, mas que é usado de modo errado por motoqueiros para "ganhar tempo" no trânsito... 

Andar a pé é arriscado demais. Nossas cidades estão, todas, configuradas única e exclusivamente para nos locomovermos através de veículos.

Então, qual é o desejo de cada brasileiro?

O de comprar um carro. 

Agora, analise o que é o carro, em última instância: um objeto metálico com visores (vidros) em que você entra para se sentir protegido durante sua locomoção...

Cara, aquele micro-carrinho da Mercedez me fez notar que, hoje em dia, utilizamos nossos carros como armaduras, para nos defender da selvageria medieval que é o nosso trânsito.

Eu tenho medo. Muito medo. Porque só estamos refinando os objetos, mas eles são sempre os mesmo, para as mesmas finalidades. Nosso pensamento não evolui: só ganha curvas mais aerodinâmicas, mesmo...

segunda-feira, 27 de maio de 2013

A Solução Educação

Por diversas vezes eu falei aqui que acredito que a falta de educação seja o problema-raiz do nosso país.

Mas nunca relacionei, em um mesmo texto, todos os problemas que surgem com a falta de educação, todas as soluções que eu acredito que uma educação de qualidade trará para o nosso país e, por fim, os passos necessários para que a educação se transforme dessa ~coisa~ a que submetemos nossas crianças e nossos jovens, para um sistema que realmente forme pessoas que podemos chamar de cidadãos.

Quero iniciar lembrando que brasileiro é bicho. Bicho do mato. Animal selvagem. Daqueles que devem ser mantidos em gaiolas, com plaquinhas de "não alimente" e de "cuidado, animal anti-social". Mas é importante lembrar que isso não é característica única dos brasileiros. O ser humano ainda não é evoluído o suficiente para nascer sabendo se portar com o mínimo de civilidade. Há uma música que diz que "...ainda somos os mesmos, e vivemos como nossos pais...", que está parcialmente correta: ainda somos como o primeiro exemplar de ser humano, aquela mutação medonha que surgiu de uma macaca qualquer...
Nossos pensamentos ainda são primais. Nós evoluímos nossa sociedade, moldamos nosso mundo, desbravamos e povoamos cada pedaço desse planeta e estamos pensando em como passar a povoar outros astros... Mas ainda lutamos até a morte por medo de fome ou sede. Nós pensamos que somos muito refinados e evoluídos, mas isso é mentira. O conjunto da nossa obra é refinado e evoluído. Nós somos apenas pequenos macacos sem pelo, daqueles que cagam na mão para atirar a merda nos outros...

No filme MIB, o agente K diz que "...uma pessoa é inteligente, mas o povo é burro..." e eu concordo com ele. Nossas decisões sociais são sempre as piores possíveis. Ali, em grupo, conseguimos ver toda a falta de discernimento do ser humano. Tomamos partidos por afinidades sociais ainda não mapeadas, oriundas do nosso sombrio aspecto animalesco. Lutamos para sermos os mais "populares". E, se não conseguimos, seguimos os mais "populares", mesmo sem concordarmos com eles... Só para fazermos "parte do grupo".

O segredo da nossa evolução está, justamente, naquelas pessoas que compreendem que nem todo ser humano é inteligente. Aliás, são tão poucos os humanos realmente inteligentes, que podemos afirmar categoricamente que a espécie, estatisticamente, é burra. Esses poucos exemplares inteligentes fazem uma coisa que os demais não compreendem: interessam-se por uma área, leem tudo o que já foi escrito sobre o assunto e passam a pensar a partir do ponto final.

Esse é o segredo de você - que não tem a MENOR IDEIA de como funciona um computador - poder estar lendo esse texto... Alguém se interessou pelos trovões. Alguém estudou as propriedades dos raios. Alguém imaginou as leis de criação, conservação e utilização de energia. Benjamin Franklin, Tesla Edison, entre tantos outros ilustres desconhecidos, que colocaram seus nomes nos rodapés da história, ao estudarem e formarem todo o conhecimento que temos sobre a área elétrica. Daí, foi um pulo para que outras pessoas inventassem modos de controlar a eletricidade, criando a eletrônica. Com mais e mais material a respeito, pessoas passaram a unir componentes eletrônicos e, assim, criaram equipamentos e mais equipamentos. O refinamento da eletrônica criou a informática. Ramo onde foram criados inúmeros componentes que, combinados, formam o computador, notebook, tablet ou celular que você está usando.

Ninguém criou nada "do zero". Não há tempo disponível em uma única vida humana para que alguém contemple, estude, inove, crie o protótipo, teste, ajuste, crie a linha de produção, venda e administre alguma coisa.

Assim sendo, somos, todos, meras peças na evolução do conhecimento humano. E o conhecimento humano descobriu no Capitalismo uma apoio fantástico para ser alavancado. Digamos que o capitalismo está para o conhecimento humano, assim como um turbo está para o motor de um carro. Sem o capitalismo, o conhecimento humano se desenvolveria em seu ritmo normal. Mas, com o capitalismo, o conhecimento humano ganha direcionamento e urgência. As tendências do consumismo e demandas dos negócios exigem que todas as áreas do conhecimento sejam pesquisadas. Desde a produção de alimentos, passando por engenharias, ciências até o refinamento de sistemas de informação específicos: hoje, o mundo capitalista exige a perfeição em cada ação. E essa perfeição só pode ser alcançada através do estudo pleno de cada atividade.

O Estado que não consegue acompanhar essa demanda por conhecimento, pára no tempo. E isso é ultra-perigoso. Porque o tempo é nosso bem mais valioso. Tão valioso que não há ouro, pedra preciosa ou qualquer outro recurso que possa equivaler o seu preço em tempo. A morte e os prazos (chamados de "fatais" não por acaso) não negociam suas visitas. Eles chegam, pegam o que desejam (sua vida, minha vida, a vida da organização, a oportunidade de uma vida, etc...) e vão embora. 

Tudo o que podemos fazer é tentarmos estar preparados para esse momento.

E aí está o papel da educação, amigo. A educação é a entidade que cuida do foco do conhecimento que demanda mais atenção e garante que as pessoas interessadas recebam todo o recurso disponível na área que desejam, para que cada indivíduo não perca o seu precioso... tempo!

Aliás, nos países sérios, aqueles "de verdade", a educação é tratada exatamente dessa forma. De acordo com as demandas do capitalismo, os colégios já vão disponibilizando os ramos do conhecimento humano para as crianças. E, quando as crianças veem na escola o reflexo do mundo "lá fora", elas se interessam mais. Quando estas crianças chegam à adolescência, elas já têm gosto por estarem em sala de aula, pois notam que, ali, receberão todo o conteúdo necessário para terem uma vida plena.

Isso se chama perspectiva.
Você primeiro descobre a demanda. Depois você corre atrás da ferramenta e de como utilizá-la. Depois, olha para o mundo real, já sabendo que vão precisar da sua habilidade. Que pessoas te pagarão dinheiro por saber usar (bem) àquela ferramenta.

Quem tem perspectiva não deixa a escola. Não cai em drogas. Não vira marginal.
Quem tem perspectiva acaba estudando mais e mais. Acaba gostando do que faz. Acaba ganhando muito por saber fazer algo. Acaba orgulhoso de si próprio, com senso de realização pleno. Acaba escrevendo teses de como usar a ferramenta. Acaba adicionando seu conhecimento ao conhecimento humano. Acaba se tornando imortal, por isso.

E é aí que a escola brasileira peca.

Nossa escola não tem esse pensamento capitalista. Pergunte para qualquer um desses pseudo-educadores o que eles acham do assunto. Pouquíssimos estarão alinhados com este pensamento.
Muito pelo contrário, os pedagogos brasileiros gostam de brincar de "Karatê Kid" nas escolas: Tal qual o Mr Miyagi, não relacionam seus ensinamentos com a prática. Em um primeiro momento, ficam ensinando coisas aparentemente inúteis, tal qual o Mr Miyagi mandava "polir o carro", "lixar o chão" ou "pintar a cerca"... Só que nunca mostram a aplicação destes treinamentos cegos!

E, o pior: às vezes, na vida adulta, nós até precisamos desses conhecimentos. Mas eles são ensinados de uma forma tão abstrata, que nós sequer notamos que é aquele ensinamento da fórmula de Báskara que precisamos utilizar, para completarmos nosso trabalho e ganharmos mais dinheiro!

Estúpido, estúpido, estúpido!

Eu acredito que as duas primeiras séries do ensino fundamental são as únicas corretas, em nosso currículo. Isso porque todos precisamos saber ler, escrever e fazer as contas básicas. Aliás, é tão básico, que eu acho que, se tem que ter alguma mudança, seria a de tirar todo o resto inútil do currículo desses dois anos, e focar em novos métodos de ensinar essas matérias básicas. 
Mas, depois disso...

Amigo, o brasileiro é um povo que sequer sabe andar na rua. Não sabem suas leis. Não sabemos nem a qual polícia devemos chamar, em cada ocasião. É um tal de guarda privado, guarda municipal, polícia civil, polícia militar... Cada um com um "termo circunstanciado" ou "boletim de ocorrência"... 
Nossas leis são tão obscuras, que muitos de nós incorrem em infrações ou delitos sem nem sabermos que o fizemos!
Isso é básico, isso deveria ser ensinado desde cedo. "Gente" de 10 anos já deveria saber se portar nas ruas. Saber que não se joga lixo no chão. Saber atravessar na faixa, dar lugar aos mais velhos, dizer "por favor", "com licença" e coisas do tipo... E, no nosso mundo corrido, com pais que já não tiveram educação, infelizmente não há como cobrar isso de todas as famílias.

Educação Moral e Cívica e Organização Social e Política do Brasil, já, novamente nas escolas. Mas, por favor, não seja estúpido ao ler isso: Essas duas matérias precisam ser (constantemente) atualizadas, para que a escola forme uma geração que tenha o mínimo de respeito uns pelos outros e pelo Brasil.

Em um segundo momento, a partir da terceira série eu acredito que as escolas já devam começar a aplicar testes de vocação em nossas crianças. Ali, perto dos dez anos, já temos como descobrir quais as preferências das crianças. E, assim, podemos orientar seus currículos para que se aprofundem nas matérias que têm mais vocação e só tomem conhecimento das demais matérias.
Sempre partindo da prática, para a teoria.
(Dica: notem os desenhos livres das crianças. Ali já tem muita coisa o que se trabalhar. Desenhos de carros, prédios e pontes já podem mostrar futuros engenheiros...)
Dessa forma, uma criança que gosta de matemática não precisa ser torturada com obrigatoriedade de boas notas em história ou geografia, por exemplo. Assim, sobra mais tempo livre para que a criança se foque no que mais gosta, apresentando resultados práticos mais rapidamente.
Imagine, por um instante, quantos excelentes atletas o Brasil já perdeu, porque a criança estava estudando alguma teoria abstrata, ao invés de estar treinando forte - relacionando seus desempenhos e treinos com história, estatística, geografia, etc... A copa e as olimpíadas estão aí, novamente...

E não se engane: são os resultados práticos que motivam as pessoas. Ainda mais para as crianças, que não têm noção de tempo, tal qual os adultos.

Feiras, concursos, batalhas de tecnologias, campeonatos diversos...

A orientação prática seria criar um grande colégio multidisciplinar em locais remotos e, em grandes centros, criar "escolas-por-assunto". Assim, um grande colégio da cidade reuniria professores de português, outro colégio reuniria os de matemática, outro reuniria os de história e assim consecutivamente.
As crianças frequentariam as aulas de acordo com seus currículos orientados. Sairiam naturalmente do terceirão para uma faculdade, de acordo com sua preferência.

Aí sim entraria o conceito de que "fazendo o que você gosta, você trabalha com mais prazer". 
Eu gosto de tocar música. Mas, por muito tempo, fui obrigado a fazer outras atividades e não me dediquei aos instrumentos de minha predileção ou, sequer, em como trabalhar em uma gravadora... E nem sempre tive o incentivo correto para essas atividades.
Eu também gosto de Arquitetura. Matemática, Física, História... E, novamente, nunca tive o apoio correto para chegar a este ramo...
Também sou um bom goleiro de futsal e um meia de futebol de campo razoável. Poderia estar defendendo um clube por aí... Mas, novamente...
Sinceramente, caí na área de TI por acaso. Tomei gosto por essa área mais por poder arquitetar e construir coisas bonitas e que facilitam a vida das pessoas, do que por causa da tecnologia, em si. Na verdade, até hoje estou "brincando de arquiteto" dentro de empresas de TI...

Isso sem falar nas habilidades que sabemos que temos, mas que sua execução não nos satisfazem. Acho que todos temos isso, né? Algo em que somos bons, mas não gostamos de fazer. Eu, por exemplo, tenho boa didática. Ás vezes não sei o conteúdo nem para mim mesmo. Mas, geralmente, consigo explicar os temas para outras pessoas, de modo que elas entendem...
Imaginem escolas trazendo esses talentos do limbo em que os colocamos, para uma evidência que nos dão imenso prazer?

E, é claro, ainda existem aqueles nossos talentos que sequer sabíamos que tínhamos. Talentos que podem ser descobertos, incentivados e que podem trazer mais benefícios para todos até do que os que imaginávamos que seríamos realmente especiais.

Tudo isso passando por um esquema real de monitoramento dos alunos. Onde os melhores alunos em cada matéria fossem desafiados com novos conhecimentos à sua altura, em vez de serem desmotivados a estarem em sala de aula, torturados pela obrigação de esperar o ritmo lento dos colegas que não têm vocação para sua área...

Entenda: o que eu estou propondo não é que os gênios sejam separados dos imbecis. Aliás, sequer estou propondo que hajam imbecis em sala de aula! Já é mais do que comprovada a capacidade de alunos antes tidos como "especiais". Alunos autistas, com síndromes (como a de Down) e até mesmo os que possuem danos sérios comprovados, se mostram muito proficientes em áreas que gostam. Basta lhes darmos os meios necessários para que possam se desenvolver.

Na verdade, se há algum "imbecil" nas escolas, é o pensamento comunista de que a turma inteira deve seguir o mesmo currículo. Esse método nivela o aprendizado por baixo, sempre. Isso porque a turma sempre espera pela assimilação de conteúdo do aluno mais lento. E isso é relativo, pois, em uma mesma sala, um aluno que goste de português e detesta matemática pode ser colega de outro aluno que adora matemática e odeia português. Esse caso - comum - faz com que a aprendizagem do aluno que gosta de português se dê no ritmo do aluno que odeia português. E o mesmo aconteça na aula de matemática!
Então, ao invés de termos um aluno de destaque em cada uma das duas matérias, temos dois alunos que não aprendem tanto quanto queriam em suas áreas e, ao mesmo tempo, impedem o outro de aprender mais do que gosta! O desestímulo é dobrado: Além de não aprender mais do que gosta, cada aluno é forçado a aprender o que não utilizará em sua vida profissional!

Imagine, por um instante, um nerd com real vocação para computadores e engenharias, tendo que repetir a quinta ou sexta série porque não passou em geografia, artes, religião (WTF!!!) ou Educação Física!

Eu acredito que as primeiras séries devem servir para orientar o estudante. Depois, conforme o aluno vai avançando nas séries, as matérias que não fazem parte de sua orientação vão perdendo o peso e tempo em seu currículo. Elas continuarão ali. Mas o aluno terá menos aulas daquela matéria, aprendendo apenas mais o geral delas. Com o tempo, essas matérias passarão de obrigatórias (média sete para passar) para demonstrativas (passar com média cinco, por exemplo), até desaparecerem do currículo do aluno, nas séries finais.

Assim, cada aluno terá mais tempo de contato com a matéria que mais gosta, mas ainda terá algum contato com outras áreas. Caso queira mudar de orientação, ainda poderá fazer aulas de reforço e readaptar seu currículo. Nem que esse aluno tenha que ter mais um ou dois anos de estudos, para conseguir reordenar seu currículo pessoal.

"Mas Arthur!!! É muito bonita a tua ideia, mas isso vai custar um dinheirão! Como é que vamos controlar o currículo de cada aluno???"

Eu faço TI. Tá ligado? Não sabem como fazer, coloquem um pedagogo bem intencionado, alinhado com essa ideia, do meu lado e eu mesmo faço esse programa. Com meia dúzia de estagiários à disposição, acredito que fica pronto em menos de um ano... Sistema JAVA Web, onde as avaliações de vocação dos alunos podem gerar os currículos automaticamente. E esse currículo pode ser alterado manualmente, de acordo com a necessidade.

E, sim, custará muita grana implementar todo o sistema na prática. Porque deverão existir aulas de eletrônica, elétrica, mecânica, culinária, informática, psicologia, poesia, música, educação física, etc, etc, etc... Espalhados por todo Brasil. Disponíveis para nossos jovens. Equipamentos sempre atualizados. De preferência, equipamentos sempre novos a cada semestre. 
E digo mais: quanto melhor for o jovem, este deve ser transferido para as melhores e mais bem equipadas escolas. Assim sendo, alojamentos por todo Brasil deverão ser construídos para abrigarem os jovens em trânsito, para estudo.
Professores especializados serão demandados. E, é claro, quanto maior a especialização do indivíduo, maior o salário para o professor. Isso é capitalismo básico: porque alguém iria doar seu tempo e conhecimento a outros se, ao utilizá-lo diretamente no mercado, ganha mais? Simples: não iria! É o que acontece hoje, no Brasil. Os salários de professores são tão baixos que só quem AMA MUITO a profissão ou mortos-de-fome assumem os cargos...

Sim. Disse mesmo. Não concorda? Veja o nível das aulas e dos alunos que saem dos colégios, primeiro. Depois venha me dizer que a maioria dos professores não são mortos-de-fome, verdadeiros paraquedistas que caíram nessa profissão porque acham bom receber um salário de R$800,00 por uma jornada dupla!

Com professores tão medíocres, currículo nacional tão defasado e infra-estrutura precária, não é nenhuma surpresa que os alunos evadam a escola. Conteúdo abstrato e atrasado demais, passado por pessoas desmotivadas em ambientes decrépitos?
Você gostaria de estar em um lugar desses?

Você não preferiria estar em um lugar que ensinasse o que você precisa para encarar o mundo aí fora, por pessoas que incitam a curiosidade, utilizando materiais que realmente matam essa curiosidade aplicada e em estabelecimentos realmente dignos?
Nesse lugar dá vontade de estar, né?

Eu acredito que o erro nesse modelo seria mínimo. Poderíamos garantir um "currículo padrão" para os alunos que demorarem (ou demorarmos) para definir sua vocação. Um modelo com apresentação maior de oportunidades e carreiras. Mas sempre invertendo o modelo "comunista-Mr-Miyagi": Primeiro mostra-se a necessidade de aprender algo, depois mostra-se o conteúdo.

E de onde virá todo esse dinheiro???

Da seriedade. Da urgência. E, principalmente, da capacidade de mobilização em prol da honestidade.

Nosso Estado tem o dever de prover educação. Eu acho isso uma bobagem. Acho que poderíamos deixar de pagar compulsoriamente por esse serviço (que não usamos a vida inteira...) e entregá-lo completamente à iniciativa privada. Nesse caso, as empresas de educação teriam vínculo cliente-comerciante, estando sujeitas ao estatuto do consumidor. Diferentemente dos nossos serviços públicos, aos quais pagamos os olhos da cara MAIS o cu da bunda, não recebemos serviços em troca (sim, não recebemos, porque o que nos "dão" em troca é menos do que ridículo) e ainda não temos NENHUM mecanismo que nos proteja legalmente desse abuso.

Portanto, se formos manter essa estrutura de Estado-mãe-que-dá-comida-na-boca-e-põe-pra-dormir-com-beijinho-na-testa, é necessária a seriedade por parte dos governantes. Que olhem para a educação com a importância que ela merece.
E isso para ontem. Porque já perdemos umas três ou quatro gerações de brasileiros nessa "brincadeira". Cara, são pelo menos oitenta milhões de pessoas, cujos destinos, conhecimentos e habilidades foram jogados no lixo! Ou pior. Essa mudança já era para ontem. Já estamos atrasados.
Como não podemos contar com a honestidade das pessoas que estão no poder, temos que exigi-la. A força, se preciso. Porra, são SEUS filhos que serão torturados. Assim como VOCÊ, seus FILHOS E NETOS terão suas vidas e sonhos tolhidos. A humanidade já ficou sem a SUA contribuição para o nosso conhecimento. Provavelmente, ficaremos sem a contribuição DO SEU FILHO e do seu NETO, também...

E, se conseguirmos instituir uma educação capitalista, livre desse pensamento "comunista-Mr-Miyagi", já começaremos com uma geração que saberá se comportar nas ruas.
E isso já é algo memorável. Chega de animais no trânsito. Tanto dos animais ao volante quanto dos motoqueiros e ciclistas retardados, que acham que podem andar entre os carros como se nada estivesse acontecendo... Passando por motoristas de caminhões e ônibus até os pedestres-suicidas, que atravessam em qualquer lugar, em qualquer momento...
Sabermos nossos direitos desde criancinha já faria com que mais mulheres agredidas passassem a denunciar seus maridos agressores... Talvez começando até mesmo pela educação dos meninos, que saberiam que seriam presos por isso...
Menos lojistas fariam negócios que prejudicassem os consumidores. Mais consumidores saberiam seus direitos e os exigiriam...
Nossos políticos seriam melhores (afinal de contas, eles saem do nosso povo, né?) e votaríamos melhor.
Respeitaríamos áreas públicas, de convívio em comunidade e saberíamos nos comportar em condomínios.

Pessoas aprendendo com prazer o que gostam, vendo o aspecto prático do conhecimento, teriam perspectivas senão de "emprego", de criar seu próprio negócio. E, assim, teriam acesso à uma vida digna, longe de drogas e marginalidade.

Nosso nível cultural aumentaria, nos livrando de "músicas" como esses funks cariocas ou pagodes, ambos depravados demais para passarem antes da meia-noite em rádio ou televisão...

Nosso nível econômico aumentaria, conforme mais e mais pessoas fossem descobrindo tecnologias e as utilizando em seus negócios. Um processo lento, eu sei. Coisa para começar a investir pesado hoje e só perceber o retorno dentro de uns 20 ou 30 anos.

E a roda se realimentaria: a cada nova descoberta nossa, mais dinheiro entraria, para podermos contratar mais e mais bons profissionais. Pedagogos constantemente se perguntando "qual nova área do conhecimento merece ser disponibilizada aos nossos adolescentes?" Constantemente em contato com profissionais especializados, prontos para olhar o futuro ali, daqui a cinco anos, e o trazerem para o dia de hoje.

Não estou dizendo que é fácil. Sequer estou dizendo que esta é a solução correta ou que seja a definitiva. Mesmo porque, se você olhar, só apresentei e defendi os pontos gerais da minha "solução para a educação". 
Mas, de qualquer forma, nossa educação é o ponto fraco do nosso país. É algo que temos - muito - que melhorar, para que possamos evoluir enquanto nação, se quisermos realmente alçarmos à posição de potência algum dia...

sexta-feira, 24 de maio de 2013

GeoGuessr

Excelente joguinho!
Para pessoas que, como eu, namoraram seus atlas - comprados na quinta série -, se maravilharam com o Google Earth e acharam o Google Street View uma das maiores realizações da humanidade!

Simplesmente fantástico!

http://www.geoguessr.com/

O joguinho é "simples": Cinco locais são apresentados, com a visualização do Google Street View. Ao lado, há um mapa do mundo. Neste mapa, você deve clicar no lugar em que acredita ser correspondente ao local apresentado.
Quanto mais próximo do lugar, mais pontos seu palpite ganha!

Olhe o print do resultado da minha primeira tentativa:
(Em vermelho, meus palpites. Em verde, os locais corretos. A linha azul mostra a distância entre os pontos!)


quinta-feira, 23 de maio de 2013

Comentando segundo MINHAS regras de discussão


A coisa que eu mais abomino em qualquer ser humano é a capacidade de só notar a sua própria circunstância. Sabe aquele tipo de pessoa que tem a certeza de que só as suas próprias conquistas e problemas são relevantes? Então, exatamente essas pessoas.

Há muitos modos de descobrir quem é "militante em causa própria". Mas o meu método predileto é confrontar as opiniões da pessoa, com o que a pessoa lê. Geralmente esse zé-povinho parcial e tendencioso só lê o que é de seu interesse. Fica inflando o ego da sua causa, tendo contato apenas com argumentos, opiniões e conclusões que se alinham com sua base de pensamentos. Esse tipinho de pessoa é tão medíocre que, para você ter uma noção, eu ainda os considero menos do que os reacionários que tomam contato com as filosofias adversas, só para ter argumentos para atacá-las. Pelo menos esses últimos baderneiros ainda tomam contato com mais pensamentos, diferentemente dos "militantes em causa própria".

Por puro princípio, se eu acredito nisso, meu comportamento segue essa diretriz. Não que eu seja um santo, vivendo em harmonia com todos os conceitos do mundo. Tenho os meus pré-conceitos, tenho minhas opiniões formadas e tenho até as minhas teimosias (sabidas ou não). E, assim como todo mundo, eu me sinto incomodado em ler algo que contradiz as minhas opiniões, argumentos e conclusões. Mas eu me esforço para tentar conter todos os argumentos, pesá-los e chegar a um denominador comum e justo.

Tendo isso em vista, li esse texto, hoje:


OOOOOKKKKK.....

Os meus comentários sobre este texto são contundentes, fortes e eu poderia ter escrito em poucas linhas. Lá nos comentários do texto, mesmo. Mas eu não gostei das políticas de comentários deles. Concordo que ataques diretos e baixarias não devem fazer parte de uma conversa de alto nível, mas não me senti completamente livre para escrever o que eu penso, por lá. Então, estruturo e transformo a opinião em texto para colocar aqui. Um espaço meu, onde eu mando e permito que as pessoas destilem todas as suas opiniões sem reservas ou garantias de proteção.

1 - Antes de mais nada, CONCORDO com o âmago do texto.
Sim. Assim como a autora do texto, eu concordo que existe algo de podre na cultura da nossa sociedade. E esse cheiro nefasto está a tanto tempo empesteando o ar, que muitos de nós já acham-no natural. É um problema grave. Algo a que não podemos mais virar as costas. Se por muito tempo a civilização conseguiu carregar o peso deste problema (e em alguns momentos o peso foi até benéfico para o avanço), a sociedade de alto desempenho em que vivemos já não pode mais manter "peças" em estado de degradação.

Desde o final da primeira guerra mundial, as mulheres formam uma massa de pessoas com função social de altíssima importância.
Não sejamos cegos, não sejamos parciais, tendenciosos ou hipócritas.

Na história da civilização humana, por muito tempo a "lei do mais forte" imperou. Tribos nômades, caça, pesca, coleta... A função social de uma mulher nesse tempo era a de reproduzir. Questão simples de emprego do recurso correto para cada tarefa: as chances dos homens defenderem o grupo contra predadores, terem sucesso em caçadas e pescas e até mesmo conseguirem coletar alimentos em árvores, era maior. Estatisticamente falando, é claro.
Se você assiste a bons programas, está acompanhando o seriado "África" no Discovery Channel. Em um dos episódios, eles mostraram a função social do leão macho, no grupo. Porque, você sabe, os leões machos não permitem que outros machos façam parte de seu grupo. Assim, o macho até caça, mas as leoas, em grupo, é que têm mais sucesso. Porque elas deixam que ele coma a caça que elas obtiveram? Simples. Hienas e outros carnívoros são atraídos pelo cheiro da caça abatida pelas leoas. E as leoas não conseguem defender a caça, sozinhas. Mas o leão macho consegue. E uma carcaça dura dias, para um bando. São dias em que só a presença do leão macho já afugenta muitos carnívoros aproveitadores...

Função social. Recurso certo, sendo recompensado pelo grupo por causa do seu trabalho bem executado. Leis da natureza. Coisas das quais todos os seres vivos estão sujeitos.

Na raça humana, refinamos nosso modo de vida sistematicamente, com o passar do tempo. Desde os caçadores/coletores até o final da primeira guerra mundial, nosso mundo era uma merda. Nossa sociedade era tosca. As pessoas acreditavam em bobagens, crendices e religiões para qualquer bobagem que acontecesse no dia-a-dia. E eu não estou falando só de homens. Preste atenção: estou falando de pessoas. Todos.
Ou você acha mesmo que eram só os homens que declaravam que mulheres eram bruxas? Só os homens jogavam pedras em prostitutas, em praça pública? Acha mesmo?

Por muitos milênios, nossa sociedade se desenvolveu de acordo com a lei do mais forte. E, convenhamos, estatisticamente as mulheres não são mais fortes.
Vou deixar a ressalva, para que ninguém venha me torrar o saco: Isoladamente, sempre existiram "Xenas" por aí. Assim como sempre existiram homens fracotes. Mas, no geral, em média, estatisticamente, os atributos físicos dos homens são mais destacados. Culpa da testosterona e de outros hormônios que estão mais presentes no gênero masculino.
Aliás, novamente se você assiste a bons programas na TV, o National Geographic mostra uma série chamada "Tabu". Em um dos episódios, essa série mostrou transexuais nascidos mulheres, que se submeteram a tratamentos para moldarem o gênero de seus corpos, conforme o gênero de suas mentes. Mastectomias, exercícios e, claro, tratamentos com hormônios. O principal hormônio? Testosterona. Sinceramente, os três voluntários que o programa apresentou tinham traços mais masculinos do que eu. Mesmo os três tendo nascido mulheres...

Ou seja: meninas feministas, desculpem a nós, homens, por termos nascido com um cromossomo Y. Sério, não era nossa intenção. Aliás, desculpem a nós, homens, pelas leis da natureza, também.

E, se vocês mulheres não notaram ainda, nossa sociedade anda - a passos largos - para o refinamento completo das atividades valorizadas. Hoje em dia, criar um chip de computador vale mais do que alguns ares cultivados ou do que algumas dezenas de gado criado. Processos delicados, coisa que as mulheres têm muito mais capacidade de fazer do que os homens, hoje em dia valem dinheiro, em nossa sociedade.
A autora do texto frisou irritantemente que "há cinco mil anos" a cultura é machista. Não, amiga. Desde que a vida surgiu na Terra a lei do mais forte impera. E, em nossa espécie, o macho é mais forte. E, só a partir dos meados do século 19, que nós conseguimos transformar nossa sociedade para que - definitivamente - o mais inteligente e hábil possa preponderar sobre o mais forte. É um processo. Um processo lento, de transformação das leis naturais, para um mundo mais justo.


2 - Cantadas de Pedreiros: Violência sexual dos homens para com as mulheres.

Eu gosto de escrever aqui, porque aqui é um lugar meu. E, em um lugar meu, não pode existir hipocrisia. Queres frases confortantes, conformistas e amenas, saia daqui.
Vamos deixar uma coisa clara: embora seja uma das funções que define "vida", na natureza a reprodução custa caro. Encontrar o melhor parceiro, acasalar, dispensar células suas para criar um novo ser, cuidar da gestação desse novo ser, cuidar desse novo ser até que ele tenha uma vida independente... Isso tudo dispensa muita energia, recursos e trabalho. É tão custoso que chega a ser inacreditável que qualquer ser vivo - em sã consciência - realmente queira ter filhos. Por isso as mulheres escolhem tanto os seus parceiros. Porque, se for para ter tanto trabalho cuidando de uma cria, que pelo menos o macho valha a pena e ajuda! 
Dada a finitude certa de todo ser vivo, a natureza, então, cria uma série de dispositivos para garantir que os genes da espécie se perpetuem. Primeiramente, a natureza coloca em nossos instintos - comandos primais de todo ser vivo - que a reprodução seja um objetivo na nossa vida. O instinto é só um conceito para englobar todas as consequências de hormônios e neurotransmissores que agem no nosso corpo.

Sim, novamente, comparo os animais com máquinas. Somos o que somos e não há muito o que fazer, senão contermos conscientemente os impulsos gerados pela química do nosso corpo.

Na nossa espécie (e em algumas outras) além do instinto nos mandando reproduzir, nosso corpo ainda nos dá mais um prêmio pelo ato de reprodução: prazer. Aliás, muito prazer.
Desde que o animal homem dissociou o prazer da reprodução (há milhões de anos), o negócio já ficou complicado. Tipo... Os humanos queriam muito sentir o prazer proporcionado pelo sexo. Mas o sexo ainda trazia muitas doenças e, é claro, filhos. Em sociedade, com mais capacidade de abstração, o prazer do sexo nem sempre compensava os custos dos filhos.

Mas foi com o advento de métodos contraceptivos realmente eficazes que a situação degringolou de vez:
Primeiramente, nós, homens, vemos as mulheres mais como "um lugar de diversão" do que como "mãe dos nossos filhos". Se você é homem, sabe do que eu estou falando. Se você é mulher e não acredita nisso, venha buscar o seu troféu de "Ingenua do Ano", comigo.
Por mais que as mulheres não acreditem, nós, homens, somos estúpidos e achamos muito difícil e trabalhoso conseguir uma parceira. Por isso tantos mentem. Por isso todos trabalham. Por isso todos se esforçam. Nós, homens, somos tão ridículos, que vivemos toda a nossa vida em função de conseguir uma parceira sexual.
E o cara que disser que não é assim, que é "diferente", está pregando a maior mentira de todas!
No máximo, empregamos aquela velha máxima de "se tem que trabalhar, que faça algo que gosta". Mas ninguém trabalha para "realização pessoal". "Realização pessoal" o sr meu Bráulio, utilizando monóculos. Todos queremos é ganhar dinheiro o suficiente para vadiarmos o dia inteiro. De preferência com a mulher que desejamos, do lado. Sombra e água fresca.

Um dia a mega-sena me acerta...

Enfim. Nós, homens, somos tão desesperados, inseguros e incapazes por "pegar mulheres", que achamos que precisamos de "estratégias". Veja só, que coisa ridícula! Achamos que frases prontas, elogios, cinemas, restaurantes, presentes, passeios, galanteios, fama e dinheiro são métodos para "pegar mulheres". E porque achamos isso? Porque somos burros, em um primeiro momento. Um colega "pega uma mulher" e já saímos perguntando: "o que você fez para conquistar ela???" E, o que quer que o cara diga que fez, já vira uma "estratégia" para "pegar mulher"! E achamos que essa nova "estratégia" irá funcionar para TODAS AS OUTRAS!!! Eu não imagino um ato mais estúpido do que esse. 

Mas acredite, existe.

Se esse pensamento de "estratégia para pegar mulher" persiste, é porque, em algum momento, ele funcionou. Seleção natural básica aplicada, sabe? Se os homens tentam abordar mulheres com cantadas de pedreiros é porque alguma mulher já caiu nessa abordagem. Mesmo porque, se não tivessem caído, o infeliz não teria reproduzido. E não teria infectado a próxima geração com esse conceito infeliz de "estratégia para pegar mulher".

E, novamente, não se trata de transferência de culpa. Se trata da "máquina ser humano" em ação. São os hormônios femininos ditando o comportamento das mulheres. E, se a mulher realmente se interessou pelo cara, ele pode chegar nela dizendo até coisas sem nexo, que a menina dará entrada para a conversa. Aí, até o "Gostosa", sibilado entre os dentes, é atraente para a menina. E esse "Gostosa" vira uma conversa. E a conversa logo evolui em "ficada", "namorico", "namoro", "noivado", "casamento", etc...

Aí, o homem retardado ali do exemplo de cima diz pro amigo: "Caralho, cara! Peguei a ~Atenogilda~! E foi fácil! Só cheguei nela e chamei ela de "Gostosa"!"
E o imbecil do amigo entende que, para pegar QUALQUER mulher, basta chamá-la de "Gostosa"!!!

Sinceramente, já deu para notar que eu repudio essa programação sexual, intrínseca aos seres humanos. Tanto a dos homens quanto a das mulheres. Reconheço que ela existe e que é um problema. E, como todo bom problema, deve ser solucionado o quanto antes. E, para solucionarmos, precisamos dessa consciência de que somos todos nós - humanidade, homens e mulheres - contra o problema. Porque ficar se desculpando o tempo inteiro e, no processo, culpando o outro lado, é o princípio da anarquia. E quando a anarquia se instala, o problema nos vence. 

E eu sou um homem. E homem não perde para problemas. (asuhaushaushaushaushuah!)


3 - Aspectos subjetivos:

O título do texto me incomodou demais, sabe? "Como se sente..." 
Sinceramente, utilizar o micro é legal para atingir o macro. Eu mesmo uso isso aqui, o tempo inteiro. Mas isso é um processo complicado. Difícil. Penoso. Por experiência própria, diria até que é perigoso.

É um processo tão complicado que eu chego a dizer que quem mais ganha é a pessoa que o utiliza. Isso, é claro, se a pessoa for auto-reflexiva. Porque, quando exageramos características do nosso íntimo para todas as pessoas, querendo criar padrões a partir do comportamento individual, temos que julgar a todo momento se a nossa característica realmente está presente nos outros. Pelo menos na maioria. E, nesse processo, acabamos descobrindo mais sobre a natureza das nossas falhas, do que propriamente sobre a natureza do ser humano.

E, na urgência em militar em causa própria (a sociedade é machista e todos os homens não prestam, como se as mulheres não fizessem parte da sociedade e elas próprias não fossem machistas e não prestassem, também), o texto indica diretamente que ~funk~ é cultura, que as mulheres são OBRIGADAS a passar maquiagem (ah se elas soubessem que ficam mais bonitas de moletom e sem maquiagem...), que são impedidas de pagar a conta em restaurantes (WTF???) e que o mundo as oprime, exigindo delas comportamentos predeterminados...

Amigo, isso tudo acontece para com os homens, também... O mundo também nos oprime. A sociedade também nos impõe um papel a ser cumprido. E vou contar um segredo para as meninas: nós não gostamos de "brincar de homem adulto", também... Já falei lá em cima: queremos sombra e água fresca. Din-din suficiente para nos jogarmos em uma rede, com a "nega véia" do lado, só para desfrutarmos o que a vida tem de bom. Mas, geralmente, nos matamos de tanto estudar e trabalhar, para podermos sustentar a nós mesmos e nossas famílias, tá ligada?

E, por fim, quero deixar aquele velho pensamento, que tanto me incomoda: As mulheres são oprimidas, relegadas ao trabalho doméstico e à educação das crianças. Se a esmagadora maioria das crianças são educadas por mulheres, porque a sociedade ainda é machista? Porque a TV "denigre e violenta a mulher"? Porque a sociedade rebaixa as pessoas do sexo feminino, se é o sexo feminino quem forma moralmente e eticamente a maioria dos seres humanos, em seus primeiros anos de vida? Não me venham com "influência do pai". Em um lar ideal, ele fica fora de casa o dia inteiro. "Mas a mulher trabalha!" E com quem fica a criança? Deixa eu adivinhar: com outra mulher, né? Tia, avó, professora da creche... Não é um homem quem está formando as ideias da criança...


4 - Solução.

Já falei aqui, antes. Até deixei explícito neste texto: homens e mulheres são diferentes. Poxa, meu. Olhe dentro das calças. Sinta o cheiro. Faça um exame hormonal. Faça um exame de DNA. Químicas completamente diferentes, gerando corpos diferentes, com propriedades diferentes. Cérebros diferentes, com habilidades diferentes, que geram opiniões diferentes.

Como, em sã consciência, alguém vai exigir que dois seres diferentes sejam tratados da mesma forma?????

Insisto na minha observação: Sou só eu que noto que algumas de minhas colegas mulheres quase morrem agonizando, durante o período menstrual? Administrativamente falando: uma pessoa com dor rende o mesmo que ela própria, quando saudável? Sou só eu que daria alguns dias de dispensa do trabalho ou da aula, para essas mulheres, todo mês? E você acha mesmo que menos produção deve ser recompensada com salário igual? 

E isso é só um detalhe. Existem outras milhares de características em que as mulheres são infinitamente melhores do que os homens. E o refinamento da nossa sociedade está demandando cada vez mais essas habilidades femininas. 

Eu chego a imaginar que, dentro de poucos séculos, a força do homem será completamente descartada, em nossa sociedade. Os músculos serão substituídos por mais e mais robôs. E, para as tarefas que não puderem ser automatizadas, certamente inventaremos ferramentas melhores. Já existem até protótipos de exoesqueletos, que, hoje, multiplicam a força do usuário em várias vezes...
A inteligência, delicadeza, suavidade e demais habilidades - hoje preponderantes nas mulheres - terão muito mais demanda do que a capacidade de levantar grandes pesos, ou imprimir pressão. Nesse vislumbre de futuro, a pessoa que não conseguir utilizar o cérebro certamente não terá utilidade alguma. Algo que acontece muito mais entre nós, homens...

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Dia Livre de Impostos


Hoje é o dia livre de impostos. É uma data importante, em se tratando de Brasil. Esse é um tema importante de ser abordado, porque nosso país é uma festa quando se trata de cobrança de impostos.

E isso não vem de hoje. É importante citar, aqui, Tiradentes e "o quinto dos infernos".
A exploração que Portugal exercia sobre o Brasil não era desordenada. Para que as pessoas sentissem vontade de vir trabalhar no Brasil, era necessário que este fosse transformado em uma espécie de "negócio". Desde as capitânias hereditárias, a exploração se dava através de impostos. Um percentual de tudo extraído/produzido no Brasil deveria ir diretamente para Portugal.
Passou o tempo e o Brasil evoluiu. As capitanias hereditárias civilizaram-se e o Brasil Colônia já tinha cidades, estradas e portos... E comércio. O olho de Portugal cresceu e eles instituíram "o quinto". Basicamente, "o quinto" era um imposto de 20% sobre todas as operações de compra e venda, efetuadas no Brasil. Imagine, por um momento, que vinte por cento de tudo o que você compra fosse revertido para a evolução de outro país... É... Maldito "quinto dos infernos", este, não?
Era tão ruim que os brasileiros não aceitavam-no. E os mineiros irromperam uma revolta contra o quinto: a inconfidência mineira. Sim, Tiradentes - há mais de duzentos anos - já morreu porque não queria pagar impostos...

Passou o tempo, o Brasil tornou-se independente de Portugal. Mas não só manteve as mesmas maneiras IDIOTAS de pensar, como as "melhoraram".

Bem, que o Brasil é uma "experiência", acho que ninguém discordaria. Nosso Estado é completamente artificial. A cultura varia muito de um estado para outro. E pouquíssimos estados brasileiros realmente lutaram por sua terra, independência e modo de vida. O povo não têm orgulho, zelo ou sequer responsabilidade sobre o bem comum. Não temos o desejo de melhorar nosso país e, consequentemente, a vida de todos. Insistimos em práticas de Estados Comunistas, vivendo em um regime de capitalismo selvagem, nível Seringuete.
Nosso Estado é tão paternalista, que colocamos na nossa constituição que ele é responsável por prover todos os serviços básicos à população. E, conforme a tecnologia avança, mais e mais serviços são considerados básicos... E mais e mais responsabilidades são atribuídas ao Estado...

Educação, saúde, segurança, alimentação... estão estudando até mesmo oferecer internet de graça para as pessoas!

Opa! Peraí! "De graça"? Como assim, "cara-pálida"?

Em um Estado Capitalista, nada é de graça. O capital é justamente o instrumento, a ferramenta, utilizado para garantir as trocas de produtos e serviços. Como o Estado consegue garantir serviços à população, se não gera capital?

Através de... IMPOSTOS!

Basicamente, a troca é simples: Através de mecanismos diversos (desde tirar dinheiro diretamente da pessoa, passando por percentuais sobre determinadas ações, até complexos sistemas de cálculo de impostos devidos), o Estado afirma que cada brasileiro deve pagar um montante. Esses valor, cujo pagamento é imposto, nos é tirado diretamente na folha de pagamento, no Imposto de Renda, nas compras e vendas, em importações e exportações, é embutido em produtos e serviços, é cobrado de quem tem veículos, propriedades, negócios... A soma de todas essas cobranças impostas cai na conta-corrente do Estado.

O seu dinheiro. O meu dinheiro.

Esse montante é utilizado para custear todas as empresas do Estado, responsáveis por prestar os serviços que o Estado é obrigado.

E, novamente, não existe "achismos", aqui. Existe a ciência e a matemática da administração: Se os serviços, todos, custarão (por exemplo) um bilhão de reais, o governo precisa arrecadar um bilhão de reais. E, se os impostos vigentes não garantirão um bilhão de reais, eles aumentam os percentuais. Metem a mão um pouquinho mais fundo, no seu bolso. Ou simplesmente criam mais um imposto. Porque não metera a mão mais uma vez?

Só que o nosso Estado Comunista não é "para todos". Apesar dos impostos nas transações comerciais e financeiras serem universais, existe todo um espectro de impostos que só atingem a quem está acima de uma determinada linha de corte. Ao contrário do que prega o slogan do governo, só quem tem mais dinheiro paga a maioria dos impostos. Quem tem muito dinheiro quase nem sente estes impostos. Quem sente mais é quem está mais próximo da tal "linha de corte". A chamada "classe média". Pessoas que batalham para ter uma vida melhor mas que, por causa de 100 ou 200 reais, entram na exigência de pagamento de impostos...

E os impostos são abusivos não só porque são diversos e caros. São abusivos porque a cobrança de impostos não é organizada. Aqui, existe a maluquice de um imposto ser calculado duas ou três vezes sobre o mesmo produto! Ou o valor de um imposto contar para o cálculo de outro imposto!
Basicamente, no Brasil o produtor já paga um imposto ao vender para o transportador. O transportador paga o mesmo imposto ao vender para o distribuidor. O distribuidor paga o mesmo imposto ao transportador. Esse segundo transportador paga novamente o mesmo imposto ao vender para o mercado. O Mercado, claro, paga mais uma vez o mesmo imposto para vender para o cliente final.

E, administrativamente falando, todo valor do imposto é transferido para o cliente. Então, se o imposto é de 1% e o produto custa R$100,00, nessa cadeia nós teríamos:
Produtor -> Transportador: R$100,00 + 1%
Transportador -> Distribuidor: R$101,00 +1%
Distribuidor -> Transportador: R$102,01 +1%
Transportador -> Mercado: R$103,03 + 1%
Mercado -> VOCÊ: R$104,06

E isso falando do caso hipotético e didático de um único imposto, em uma cadeia simples. Agora, imagine que temos dezenas de impostos, no Brasil. E são poucos que VOCÊ não paga.

E o pior de um imposto nem é pagá-lo, abusivamente. Mesmo porque, se tivéssemos serviços à altura do que pagamos, eu ainda acharia justo. E, levando em consideração que os impostos representam cerca de 50% do valor dos produtos e serviços que tomamos (E pensar que Tiradentes morreu brigando contra 20% de imposto...) e que cada um de nós leva mais de quatro meses trabalhando só para ter dinheiro para pagar impostos, os serviços prestados pelo Estado deveriam ser magníficos.
Nossas escolas deveriam atender a toda população, prestando ensino de primeira qualidade. Não precisariam existir escolas particulares, pois as instalações, materiais, recursos humanos e acessórios das escolas públicas deveriam ser os melhores já vistos.
Nenhum brasileiro deveria pagar pela saúde. Os melhores hospitais do mundo deveriam estar aqui. Médicos de primeira linha atendendo gratuitamente, com todos os recursos imagináveis à mão. Exames e medicamentos de graça.
Tendo em vista o nível esperados para a educação, e economia e o emprego já deveriam ter uma qualidade invejável.
Com mais pessoas educadas, cultas, gerindo os próprios negócios e oferecendo oportunidades de trabalho, a segurança deveria cuidar apenas de casos gerados por transtornos mentais.
Isso tudo sem contar os investimentos em infra estrutura. Pelo montante arrecadado em impostos (faz pelo menos uma década que nosso PIB está entre os dez maiores do mundo), nossas estradas, pontes, ferrovias, portos, aeroportos, saneamento básico, usinas de energia e demais obras necessárias para o bem estar da população deveriam ser exemplo para o resto do Brasil.

Mas...

Quando olhamos os serviços prestados pelo nosso Estado... Bem, não sei quanto a você, mas eu tenho medo de ficar doente e depender do SUS. As condições de trabalho e os salários dos professores públicos brasileiros me envergonham profundamente. O nosso saneamento básico geralmente consiste em recolher todos os dejetos e jogar em algum rio ou diretamente no mar. Nossa economia é baseada na produção dos mais básicos produtos, estando sempre condicionada às intempéries do clima. Até o nosso direito básico de ir e vir é constantemente violado por estradas que são o único acesso a determinados lugares e, mesmo assim, é cobrado pedágio. Nossos portos ou aeroportos?

Resumindo: pagamos um valor caríssimo e por mais de uma vez por um serviço que não gostaríamos de receber nem de graça!

Pior: mesmo não estando doente, você paga a saúde brasileira...
Mesmo não estudando mais, você continua pagando a educação brasileira...
E paga caro por diversos outros serviços que você não usaria e sequer estão à sua disposição!

Mas o pior de tudo... O mais incrivelmente fantástico... É que, quando abre a inscrição para um concurso público, VOCÊ (sim, VOCÊ) corre para se inscrever. Você mesmo, que odeia ver metade do seu dinheiro suado indo para o governo, está louco para "garantir a boquinha" e se "encostar" em alguma repartição pública...

E, quando não pode parecer pior, entram partidos com ideias fantásticas para se manterem no governo: criam "programas sociais" que DÃO dinheiro diretamente ao povo mais pobre. Vamos ver se eu consigo deixar claro: O PT USA O DINHEIRO QUE VOCÊ PAGOU EM IMPOSTOS PARA PREMIAR A INATIVIDADE DE OUTRAS PESSOAS!

Em lugar de criar mecanismos para que os pobres consigam exercer a mobilidade social e subam na vida (através de educação, economia, crédito para empresas, isenção de impostos e incentivos fiscais), esse governo salafrário GANHA FAMA DE BONZINHO USANDO O SEU DINHEIRO!

Entenda: bom não é o Lula ou a Dilma. Bom somos você e eu, que trabalhamos e damos o dinheiro para que o PT possa comprar a simpatia de vagabundos que fogem das salas de aula como o diabo foge da cruz!
"Ah, Arthur, mas para ganhar o bolsa-família, a criança deve estar estudando..."
"Estudando", né amigo? Corpo-presente em salas de aula deprimentes, onde professores desestimulados repetem o mesmo currículo defasado há décadas, ano após ano. As mesmas aulas que minha avó, mãe e eu tivemos, essa nova geração está tendo. Aulas que não preparam a pessoa para o curso real da vida. Aulas incapazes de inspirar os alunos a terem curiosidade sobre os fatos relevantes da vida. Lecionados por professores que ou amam muito a sua profissão ou são pobre-coitados que acham que o salário de fome que recebem é muita coisa... Não me surpreendo nem um pouco que a maioria dos alunos não goste de matemática, já que muitos professores sequer a entende...
Essa "condição" para o recebimento do bolsa-família é a mais furada e estúpida que eu já tomei conhecimento, na história. Nem Hitler foi tão baixo assim, para conseguir o apoio popular. E eu nunca vi um povo que vende sua dignidade por tão pouco, também.

Sinceramente, amigo, ser político no Brasil é muito fácil. Nós somos um povo dócil demais, que aceita pagar R$3,00 pelo litro de uma gasolina que custa, de verdade, R$1,50. Que deixa ser assaltado em cada compra, em cada declaração do Imposto de Renda. E esse mesmo governo, mesmo já tendo a audácia de nos roubar, ainda utiliza os serviços básicos para entupir de protegidos inúteis, em cargos de confiança com salários poupudos, pagos como o nosso dinheiro. E isso tudo para prestar serviços que seriam considerados atos de tortura em países civilizados. E, quando o problema fica evidente, em lugar de solucioná-lo, criam paliativos como o "bolsa-família" ou o "bolsa-crack", para garantirem a próxima eleição, fingindo que estão resolvendo algo.

E eu fico com medo, quando vejo mobilizações como a que foi gerada pelo boato do fim do bolsa-família. Porque, para protestarem contra algo realmente importante, nenhum brasileiro está disposto. Mas, para garantir a sua boquinha, milhões vão às ruas.

Eu ainda acho que o Estado brasileiro deveria ser considerado um prestador de serviço. Assim, cada pessoa que paga impostos seria considerada um consumidor. E cada prefeito, governador, presidente, gestor público, etc... seriam considerados como donos transitórios da empresa pública prestadora de serviços. E, assim, deveriam enfrentar os rigores da lei do consumidor.
Porque, caramba, estamos na era da informação. Computadores, internet, sistemas de informações, cálculos precisos e em tempo real. Não venha me dizer que o Brasil não consegue cobrar do Arthur o imposto real que ele deve, em cada compra ou em cada declaração. Porque, afinal de contas, quando é para nos cobrar o Imposto de Renda, a receita federal tem um dos sistemas mais avançados do mundo, não é? Completamente interligado, se eu digo na minha declaração que (por exemplo) te paguei R$100,00, tem que estar na tua declaração que recebeu R$100,00 de mim. Senão dá problema e caímos na malha fina!

É "sem-vergonhismo" e falta de vontade. Preguiça nossa, do povo. Desde os miseráveis que recebem bolsa-família até nós dois, que não mobilizamos nossos traseiros gordos para mudar essa pouca-vergonha. E, é claro, todo brasileiro que vê essa inatividade toda e se aproveita disso, vulgarmente conhecidos como "políticos-filhas-das-putas", em quem insistimos em votar eleição após eleição.

Sinceramente, se eu não estivesse perdendo meu tempo para "ganhar a vida", preso nessa "armadilha-roda-viva" dos infernos, eu pediria a tua ajuda para mudar isso tudo. Porque eu sei como.
O primeiro passo é enxugar essa merda de Estado. Remover cada responsabilidade em que é comprovada a incompetência e incapacidade de atendimento por parte do governo. Sim, praticamente todas.
Garantir o básico para chamarmos o Brasil de Estado: O cumprimento das leis, garantia da ordem social e o investimento pesado na educação e na economia. Assim, estabelecida a ordem (desde os condomínios, trânsito, civil, comércio, contratos, penal, etc...), poderíamos focar na educação voltada para o desenvolvimento de tecnologias. Novas tecnologias e menos impostos (porque um Estado menos inchado custa menos) fomentam negócios. Novos negócios removem a dependência que a economia brasileira tem das commodities. Mais negócios, mais empregos. Empregos criados por demanda real, não por isenção de IPI em alguns produtos... Mais empregos, mais dinheiro. Mais dinheiro, mais consumo.
Isso não é loucura, isso acontece em países de primeiro mundo. E acontece faz tempo.
E esse ciclo é tão virtuoso que, com a população especializada, até os serviços mais básicos são valorizados (pois ninguém quer fazê-los). 

Bom para todo mundo. Menos para o brasileiro, porque não há malandragem nisso.

terça-feira, 21 de maio de 2013

O PSC é inconstitucional!


"Partido Social Cristão". "Bancada Evangélica". E qualquer outra forma de qualquer religião se meter na política é uma afronta à constituição federal.

Vamos deixar uma coisa bem clara: Por mais que "esteja escrito" em seus "livros sagrados" que uma religião convive harmonicamente com as outras, respeitando o ponto de vista e crença de todos, nós sabemos que isso é mentira. As maiores guerras da história da humanidade foram travadas sob bandeiras de fanáticos religiosos ou por perseguição a grupos.

Isso porque todas as religiões se baseiam em dogmas, não em métodos. Nenhuma religião está pronta para abandonar suas crenças, perante um novo fato revelador.

E, quando um Estado está vinculado à uma religião, isso tira a liberdade das pessoas de acreditarem no que quiserem - inclusive em nada. Quando os dogmas da religião estão arraigados na legislação do país, não acreditar na religião é estar fora da lei. Não ir ao templo é cometer um crime. Não participar dos rituais é um crime. Não estar inserido no meio dos costumes milenares é um crime. 

Imagine, por um instante, você - brasileiro-padrão, católico de meia-tigela - tendo que responder perante a um juiz porque não tem ido à igreja, todos os domingos... E, o pior, se você for como eu, que prefere a certeza da comprovação dos fatos observados, do que a fé cega em algo que nunca foi confirmado, você pode sofrer o rigor da lei! Aliás, não são só os ateus que sofrem. Qualquer pessoa que não seguir o "livrinho sagrado" da religião vigente já deverá dar explicações. Imagine um mundo onde você é obrigado a concordar com Jesus. Nesse mundo, você não pode achar que seu orixá, Maomé, Buda ou qualquer outra entidade, esteja certa. E, caso ache, você está contra a lei!!!

Isso já aconteceu, por muito tempo, na Europa. Não fossem os franceses, ainda estaríamos sob a batuta da igreja católica...
E isso ainda acontece no mundo árabe... Oriente Médio, Indonésia, norte da áfrica... Dezenas de países onde você deve acreditar na religião muçulmana. Onde você deve respeitar os usos e costumes impostos pela religião, por cima do que você acredita que é o correto, individualmente.

Bem, aqui no Brasil nosso Estado é oficialmente LAICO. Isso significa que, pelo fato de o Estado não possuir uma religião oficial (ufa), cada pessoa é livre para acreditar no que melhor lhe convir.
Assim, você pode ser cristão, judeu, muçulmano, budista, acreditar em religiões de matriz africana, acreditar em tupã, ser hinduísta, taoista, mórmon, evangélico... você pode fundar sua própria religião! Você pode - até mesmo - parar de perder seu tempo com essas bobagens todas e se preocupar com a vida que sabe que tem, sendo um ateu!

Não importa o que você acredita, o que importa é que você é livre para isso. E que, independente do que eu (ou qualquer outra pessoa) acredite, as suas liberdades individuais não serão feridas (até o exato ponto em que passarem a ferir a liberdade alheia, claro...).

Só por isso, eu acredito que seja inconstitucional que a política aceite qualquer partido que tenha influência de pensamentos religiosos. Partidos que tenham sido criados sob ótica de qualquer religião são um perigo à liberdade individual do cidadão.
Nesse ínterim, olha só o que encontramos no congresso: O "Partido Social Cristão". O nome já escancara a (má) influência para a criação de um partido. Se há dúvidas, olhe o símbolo do partido! O peixinho estilizado cristão está ali! E, se isso não é o suficiente, basta olhar os projetos que esse partido defende!

Entre tantas outras ideias estapafúrdias, a insistência em ir contra o casamento homossexual é o que mais me incomoda nesse partido. Sério, eu preciso mesmo colocar todas as frases batidas que circulam por aí, na internet, para justificar um casamento homossexual?
Primeiramente, essa opção só afeta a vida dos gays. A vida de todas as outras pessoas não sofrerão nenhuma mudança. Você, eu e todos os heterossexuais do Brasil sequer notaremos algo de diferente. Mesmo porque os homossexuais que se amam já vivem em regime marital, sob o mesmo teto. E esse fato  passa desapercebido por todos nós, não alterando em nada a minha ou a sua vida. Se eles tiverem um papel que ateste essa união, o que acontecerá de terrível? Um conseguirá colocar o outro como dependente no Imposto de Renda ou em um Plano de Saúde qualquer? Onde - pelo amor do seu Deus - a formalização de gastos que já ocorrem e mais clientes para as operadoras de planos de saúde, afetarão negativamente as vidas dos heterossexuais?????

Amigo, sou heterossexual e, convictamente, não quero ter filhos. Quando morrer, provavelmente deixarei minha herança (o pouco que eu não conseguir gastar) para a minha namorada. Se ela não estiver presente, provavelmente irá para algum dos meus sobrinhos.
Basicamente, o mesmo que acontecerá com a herança de casais homossexuais. Isso, é claro, se eles não adotarem crianças.
O que há de ruim nisso?

"Ai Arthur, casais homossexuais criando crianças, que coisa horrível!"
1 - Horrível você pensar isso.
2 - Para que uma criança esteja em situação de adoção, um casal heterossexual faltou. E a falta deles geralmente não é por morte.
3 - O amor do casal homossexual é diferente dos demais? Não serve para uma criança que não tem uma família?
4 - O dinheiro do casal homossexual vale menos?
5 - Você realmente acha que alguém consegue convencer outrem a mudar de orientação sexual? Alguém conseguiria mudar a sua???

A minha única objeção com homossexuais na verdade sequer se restringe a eles. Muito pelo contrário, se estende para os heterossexuais mais frequentemente ainda: o atentado ao pudor.
Sinceramente, é um pé-no-saco ver QUALQUER casal se agarrando lascivamente, em público. Sério, uma coisa é andar de mãos dadas ou abraçados. Selinhos ou até um beijo mais demorado, são tolerados. Mas tem casal que precisa mesmo é ir para um motel, logo. Gente que fica sentado no colo um do outro, se beijando com constantes apresentações de línguas, passando mãos por debaixo de roupas... Isso quando as próprias roupas são tão curtas que já são, por si só, o atentado ao pudor.
Sério, não importa quem você seja, sua cor, sexo, orientação sexual ou em qual bobagem você acredita: não passe dos limites na rua. Obrigado.

Mas é contra isso tudo que o PSC está "lutando". Eles querem preservar o conceito que a igreja deles estipula como o sendo de "família". Desculpe PSC, mas vocês não têm o direito de forçar suas crenças para cima das outras pessoas. Se vocês não querem viver casamentos homossexuais, não vivam. Mas não interfiram na liberdade das outras pessoas de viverem como acham melhor.
Mas como falar de liberdade para pessoas que acham que homossexualismo é uma doença mental, passível de cura através de tratamento psicológico?

Sinceramente, eu acredito que a própria religião é uma doença mental contagiosa. Que infecta o ser através da sua curiosidade e medo do desconhecido. Acho que todos que se agarram em Deuses para garantir a continuidade da "vida após a morte" é que precisam - urgentemente - de apoio psicológico, para que aceitem que só temos comprovado e certo o nosso fim. Somos seres que vamos morrer um dia, temos nosso tempo completamente limitado e temos que aproveitá-lo da melhor forma possível. (Definitivamente, participar de religiões é perda de tempo precioso de vida, que jamais voltará atrás...)
Mas isso é para os seguidores acéfalos, mesmo. Porque os cabeças das religiões são estelionatários de primeira qualidade. Enganam pessoas, manipulando-as com promessas do além, para enriquecerem ilicitamente. Como já dizia o poema "Storm", de Tim Minchin: "Porque nós achamos normal que alguém finja que consegue falar com o além? Isso não é completamente doente? Alguém mentir, para alguma mãe que chora por seu filho morto, dizendo-lhe que está em contato com "o outro lado"? Nós temos mesmo que dizer que esse tipo de coisa não existe?" (Tradução livre e adaptada.)

Sério, "PSC" e "Bancadas Evangélicas" são uma afronta à liberdade dos cidadãos do nosso país. São inconstitucionais e deveriam ser extinguídas dos nossos parlamentos e executivos. E quem queira brincar de amigo imaginário depois de adulto, que vá fazer isso em silêncio, em seus templos, sem torrar a paciência das pessoas que têm o mínimo de seriedade.

Sinceramente, notícias como essa:
só me deixam puto da cara com cada um de vocês, brasileiros.

Sério, cresçam.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Pontos da Segunda Guerra Mundial


Eu tenho uma curiosidade gigantesca sobre a segunda guerra mundial. Acredito que devemos aprender com a história, para não repetirmos os mesmos erros.
Só que, apesar de termos que estudar demais as guerras para aprendermos modos de evitar conflitos futuros, é muito complicado encontrarmos fontes confiáveis, que retratem com veracidade o que aconteceu nos períodos de batalhas.

Mesmo porque, para que uma guerra aconteça, um dos lados deve ser manipulado. Propaganda e marketing de guerra. Omissão de pontos negativos e contrários, super-enaltecimento dos pontos positivos e favoráveis e muitos jogos de palavras para transformar fatos adversos em argumentos motivacionais.
Enquanto isso, é sempre bom lembrar que o lado que ganha é o que fica vivo e livre para escrever a história. E geralmente esse lado registra os fatos não só do seu ponto de vista (que sempre é o certo e justo), como "maquiando" a realidade, para que os feitos pareçam mais gloriosos e justificáveis, ainda.

Claro que essa receita só pode gerar muito conteúdo absurdo. Explicações desencontradas e até ilógicas.

Dentre todas as histórias mal-contadas na segunda guerra mundial, duas me deixavam extremamente inquieto.
Ontem, assistindo a um documentário, consegui desvendar os mistérios destes dois pontos, tornando-os um pouco mais aceitáveis.

1 - O ataque de Hitler à União Soviética;

Tem uma piadinha sobre um motorista que perde um pneu quando está passando em frente ao hospício. O motorista sai do carro, procura o pneu, mas não o encontra no terreno baldio em que o pneu caiu. Então, o motorista pega o estepe e o macaco no porta-malas, levanta o carro e encaixa a roda... Mas, como a sua roda havia simplesmente caído, o motorista não tinha os parafusos para prender o estepe.
Confuso, o motorista olha de um lado, olha de outro, coça a cabeça...
Então, um louco que estava sentado sobre o mudo - e havia visto todo o ocorrido - dá a ideia:
- Ô! Tira um parafuso de cada roda e coloca eles para prender o estepe. Tu vai rodar com três parafusos em cada pneu, até chegar em um mecânico e conseguir comprar mais quatro parafusos!
Boquiaberto, o motorista retirou um parafuso de cada roda e prendeu o estepe, conforme o louco havia sugerido.
- Mas louco, você é um gênio! Porque você está no hospício?
- Eu estou no hospício porque eu sou louco, não porque eu sou burro... - respondeu o louco...

A piadinha serve para justificar a minha próxima afirmação: Hitler era um maluco de pedra, com ideias completamente desvinculadas da realidade. Hitler não era só louco: era uma pessoa completamente insana. Mas era um doido inteligente. Não foi a toa que ele conseguiu convencer multidões de que o nazismo era algo correto. Não foi por acaso que ele convenceu jovens e mais jovens a morrerem pela causa. E, como estrategista militar, Hitler era quase um gênio.

Posto isto, sempre me intrigou o porquê de Hitler seguir os passos de Napoleão e, mesmo sabendo do fracasso vexativo do francês, resolver atacar a União Soviética.

Bem, primeiro, Hitler não atacou a União Soviética por pura megalomania. O leste europeu era (e ainda é) menos desenvolvido que o resto do continente. Logo, as atividades mais básicas são as mais efetuadas nesses países. Mineração, desmatamento, agricultura e pecuária extensivas, indústrias de transformação básica e pesada. Resumindo: todo o trabalho mais necessário, conhecido como "commodities". Em um tempo de guerra, onde os esforços dos países estão voltados para a batalha, esses produtos supervalorizam. E, assim como o Brasil lucrou alto vendendo commodities para os aliados, a União Soviética estava "tirando a barriga da miséria" ao "meter a faca" nos preços das commodities que estava vendendo para a Alemanha.
Nesse caso, era de se esperar que Hitler olhasse com desejo para os campos de petróleo, para as imensas fazendas de trigo, cevada e de gado, para as usinas e fábricas e para toda a mão-de-obra que poderia ser conquistada. Como fator positivo, a própria Russia havia anexado diversos países na revolução comunista, para formar a União Soviética. Alguns países, como por exemplo a Ucrânia, não estavam nem um pouco satisfeitos em fazer parte da União Soviética e até viam o ataque nazista com bons olhos...

Hitler, entretanto, não atacou a União Soviética desavisadamente. A estratégia dele foi até brilhante: dividiu suas forças de ataque em três frentes. Uma para conquistar o petróleo, ao norte, outra ao centro para tomar a capital política e outra ao sul, para tomar as plantações, usinas e fábricas. Os ataques ao norte e ao sul fariam com que nenhum reforço pudesse ser enviado rapidamente (através de rios) para Moscou.
A União Soviética, entretanto, repetiu a estratégia de defesa que praticou contra Napoleão: ao menor sinal de avanço dos atacantes, os cidadãos pegavam tudo o que podiam carregar, destruíam a cidade inteira e partiam para a próxima cidade. Isso porque, em uma guerra, os exércitos que atacam contam com os espólios de abrigo e comida que conquistam dos derrotados. Sem esses ganhos, as tropas não têm o que comer ou onde dormir, o que prejudica o avanço território invadido a dentro.
Mas até nisso Hitler havia pensado. As três frentes de ataque tomaram as linhas de trem, garantindo que suprimentos chegassem até as tropas.

E, se as tropas nazistas não morreram de frio e fome, e foram vitoriosas nos ataques-chaves, porque perderam a batalha pela invasão da União Soviética?

O principal problema é que os generais que estavam em campo, lutando nas três frentes de batalha, não concordavam com a estratégia de divisão da força de ataque. Hitler viu seus batalhões como meros recursos a serem utilizados, não como pessoas. E pessoas têm opiniões e vontades. Muitas das unidades nazistas que estavam atacando a União Soviética simplesmente desertaram, se entregando ao inimigo ou - até mesmo - virando de lado!

Hitler podia até ser muito bom de oratória e estratégia de guerra. Mas mostrou que não sabia se cercar de pessoas confiáveis ou, simplesmente, não sabia manter a lealdade de seus próximos. Para o bem da humanidade, claro.


2 - Camicazes

Segundo a história, os Camicazes eram "pilotos japoneses suicidas, com a missão de atirar seus aviões contra navios, bases e unidades inimigas".
Agora, vamos pensar por um segundo:
Você acha mesmo que uma cultura inteligente, milenar e rica, como a nipônica, não teria chego no conceito de "viver mais um dia para lutar"?
Por mais que vendam o estereótipo de "honra acima de tudo", eu não consigo acreditar que os camicazes conseguissem colocar sua missão acima dos mais básicos instintos de sobrevivência e do mais lógico bom-senso...

Isso sempre me cheirou a marketing de guerra. História mal contata para boi dormir.

O que aconteceu, realmente, é que a guerra entre Estados Unidos e Japão foi travada, em sua maioria, em alto mar ou em minúsculas ilhas do pacífico. Dadas as imensas distâncias entre as ilhas, a maior parte dos "navios" utilizados eram porta-aviões. E as batalhas consistiam, basicamente, nos aviões de um lado tentando afundar os porta-aviões do outro lado.
Aconteceu que, nessa guerra, os Estados Unidos tinham mais e melhores equipamentos do que os Japoneses. Era comum que, no meio do oceano, os aviões norte-americanos afundassem os porta-aviões japoneses antes da esquadra de aviões retornar.
Agora, pense na situação do piloto japonês. Ele decolou do seu porta-aviões, gastou sua munição, suas bombas e seu combustível tentando derrubar os aviões e afundar os navios norte-americanos. Então, ele volta para recarregar em seu porta-aviões. Mas só encontra os destroços de sua base móvel em alto-mar.
A primeira opção é pousar na água e esperar ser resgatado. Com sorte, um (dos poucos) navios de resgate japonês passaria por ali e o resgataria antes que o frio da noite ou algum tubarão o matasse, ou que os (mais numerosos) barcos norte-americanos o resgatassem e prendessem...

Agora sim fica mais aceitável a ideia dos camicazes. É mais fácil pensar em pilotos nipônicos putos da vida por ver seus companheiros, que estavam no seu porta-aviões, mortos e com sentimentos de honra, não-rendição e de cumprimento do dever culturalmente exagerados, se arremessando contra os navios de seus inimigos.
Nessa situação, o sacrifício parece algo lógico e é completamente aceitável. O pensamento de "se eu vou morrer mesmo, que morra ajudando/vingando meus companheiros" é mais motivador do que o puro "morrerei sem motivo, por minha nação".

É claro que a notícia destes feitos foi distorcida e utilizada no marketing da guerra, tanto japonesa quanto aliada. Esse tipo de coisa eleva o moral dos companheiros (no caso japonês) e transforma os inimigos em monstros (no caso norte-americano).
Histórias são aumentadas nos dois lados até chegar ao ponto que alguns pilotos japoneses (com algum parafuso a menos) realmente se jogaram, deliberadamente e sem necessidade, contra navios e bases norte-americanos...


Sim, ainda existem muitos detalhes - aparentemente sem lógica alguma - a serem esclarecidos sobre a segunda guerra mundial. Mas aos poucos podemos ir entendendo o que realmente aconteceu e, assim, ficarmos preparados para evitar os pontos de rupturas nas sociedades, que levariam à mais e mais guerras insensatas...